sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Oyá chegando...


E eis que chega dezembro
Anunciado no céu chumbo
De Salvador...
Roupa branca
Pele preta
Fé e esperança.

Os pratos quebrando
E Ela
Em todo canto
A tomar sentido
Nesta cidade

Que também é vermelha!

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Entradas do amor em mim



P/ Maria Bethânia


É o defeito da expectativa me movendo a elaborações, que faço pelo simples fato de ter minha emoção atendida. E há a quebra. Busca labiríntica na seara do conhecido em que me estranho frente ao espelho da coragem. Trânsito no palco: a vida da voz doendo em flutuações artísticas. O velho é o mais novo ali. Pausa destemida.

Solidão como casa em meus olhos ardendo de saudade. O instante que não houve e ouço descrito no entoar de algumas canções. Minha alma embriagada nos versos de Escândalo e eu fujo vendo os pés descalços da diva. Fogueira emite minha mensagem de desespero: interajo com o amor que não funcionou.

Tenho as récitas da voz inscritas na pele do meu sonho. Surto em análises comedidas: ouço e vejo, vejo e ouço, sou todo espiral nas asas de um sentimento inconcluso que exerço da plateia... Meu tempo ali também é quando.

Quando ela canta em movimento desfiando as várias formas da beleza. Repito-me no que ela me reitera e sirvo de envelope. Meu corpo que começa pelos ouvidos é salvaguarda daquele mistério. Mas sou olhos também, e mãos e melhoramentos.

Lágrimas em estado de poesia...

A diva de fogo torna-se anjo. Outra porta se abre no centro do meu pensamento, frente a imagens irrealizadas, o desejo se instala e acordo do êxtase.

A mulher comanda minha memória. E de fogo para anjo ela agora é água. Ainda diva aludida no silêncio espectador dos tornados ouvintes. Grito por dentro tentando tocá-la mergulhando no mar revolto da sua voz. Hora da gravidade. O perigo que instiga. A palavra mais bem dita em um falante em cima do palco. Ouve-se sua respiração; seu diafragma venta para configurar sua condição. Através do vento abrindo águas: surge a sereia.

E ela dança. Meio samba ballet invenção. Dança como a calma que não tenho e me acalma o desatino. Quebro o silêncio berrando bravo! E choro em cerração buscando de novo o silêncio -  aquele que o  estar ente sereia imprime.

Outra porta, alguma dor, sereno, lua, búfalo, borboleta, estrela, ladeira, esconderijos... A diva como terra na rota da minha recepção.

Ninguém pisa, só escuta advindas do chão as cartas sonoras. Milhares de receptáculos marcados entre paixão e medo, e eu, novamente, envelope...

Tragado pela comoção, rezo pelo direito à felicidade, bato palmas, enxugo as lágrimas, abraço o amigo e saio, ora letárgico ora ligeiro, agradecido, em busca de outro tipo de embriaguez.  Ao som dos CD’s e DVD.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Memórias do Mar, o livro ( Segunda Chamada!)



Será lançado, das 18:30 às 21horas, dia 13/12/2013, no Quadrilátero da Biblioteca Central, Complexo Cultural dos Barris. E contará, em participação especial, com as vozes de Stella Maris, Claudia Cunha, Deia Ribeiro, ao violão de Zé Livera. E mais: Claudia Di Moura em récitas de três poemas. Uma produção de Maria Prado de Oliveira.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Busca

retirar do ar
raspar da superfície da rocha
encontrar na terra com as unhas
molhar-se nela a partir da chuva.

na dureza frutífera desta busca:

a POESIA.

domingo, 17 de novembro de 2013

A tal liberdade


Eu tenho escapado do deserto daqui
de tudo que é fala
tudo que é silêncio.

Me sobra a maneira
desajeitada desta fuga
desavisada por não saber de mim.

Outro dia limpei minhas mãos
e evitei os sonhos...

Outro dia me disse
versos insanos ao espelho
para ser segredo
e seguir sem identidade.

Rasguei a roupa limpa
e vesti a imunda,

sequei os olhos de sabores
ingênuos e inconclusos
para a medida do que
me é mais certo:
perder-me por aí
sem ter onde ir
seguindo os rastros 
da tal liberdade.

SSA, madrugada de 17/11/2013

terça-feira, 12 de novembro de 2013

7 Esquinas: Panoramas socioculturais nas Ciências Humanas



Livro interdisciplinar possibilita várias reflexões na área das Ciências Humanas

Com o intuito de fomentar algumas reflexões sobre temas  ligados  a humanidades, o livro 7 esquinas: panoramas socioculturais nas Ciências Humanas, organizado pelos professores Raphael Fontes Cloux e Izabel de Fátima Cruz Melo, será lançado no dia 19 de novembro de 2013, abrindo novas perspectivas analíticas alçadas à viabilidade de diálogos interdisciplinares.


7 Esquinas: Panoramas Socioculturais nas Ciências Humanas é o nome da mais recente publicação da editora baiana Kawo-Kabiyesile, organizado pelos professores Raphael Cloux e Izabel de Fátima Melo, que será lançado no dia 19 de novembro de 2013, às 19 horas, no Auditório da Fundação Visconde de Cairu, no bairro dos Barris.

O livro é uma exitosa reunião de artigos dispostos a reflexões diversas no cenário das Ciências Humanas. É composto por 7 artigos escritos por 8 jovens pesquisadores atuantes no ensino médio e universitário no estado da Bahia. Fruto de uma investida coletiva acolhida pela política editorial da Kawo-Kabiyesile, que tem Raphael Cloux como editor chefe, esta coletânea alinhou em seu corpus reflexivo artigos erguidos em ciências como a história, a antropologia, a sociologia, a psicologia, a geografia, além de flertes procedentes com o jornalismo.

O livro é aberto com o texto Um olhar antropológico sobre o sagrado em Maçalê, CD de Tiganá Santana: reinvenções da Fé, do antropólogo Marlon Marcos, é um ensaio sobre as possibilidades etnográficas na obra inaugural deste compositor baiano; é seguido pelo artigo: Estratégias de enfrentamento dos negros com deficiência frente à dupla estigmatização, do psicólogo Carlos Vinicius Gomes Melo, importante reflexão sobre a marginalização de indivíduos negros que possuem algum tipo de deficiência; outro artigo é Falando sobre o ‘vazio’: Circuito Cultural e cinema na Salvador dos anos de 1970, da historiadora Izabel de Fátima Melo, que discute os caminhos da cena cultural baiana a partir da cinemografia feita aqui naquela década; o 4º artigo é Escravos numa “história” escrita em cordel, da historiadora Marinélia Souza da Silva, e perfaz análises sobre a história de Riachão do Jacuípe, desde as atividades escravocratas, das propriedades assim instituídas, até a década de 1960. Um breve panorama das Políticas Públicas e atuações dos órgãos estatais na área de habitação na cidade do Salvador ( Bahia- Brasil) na década de 1960, é o artigo dos professores Liliane Ferreira Mariano da Silva e Raphael fontes Cloux, que constroem importantes reflexões sobre habitação e urbanidade na Salvador dos anos de 1960 sobre o crivo do Estado baiano. Lugares da memória, escravidão e tráfico atlântico no sul da Bahia, da professora Cristiane Batista da Silva Santos, um estudo de fôlego sobre o tráfico ilegal de escravos no sul da Bahia. O Conde de Óbidos, um vice-rei do século XVII: trajetória política, conflitos e governança na Índia ( 1652-1653) e no Brasil ( 1663-1667), do historiador Ricardo George Souza Santana, encerra esta coletânea analisando o período colonial brasileiro em suas artimanhas de poder a partir da trajetória administrativa de D. Vasco Mascarenhas, o conde de Óbidos.

É um livro indicado para fomentar debates inter-científicos e mobilizar ações educativas interdisciplinares transgredindo algumas noções de eixo e temporalidade que não cabem mais no nosso fazer acadêmico contemporâneo.

O livro será vendido no valor de 30 reais, e no dia do lançamento haverá um colóquio, com duração de 10 minutos por autor, para que cada um possa explanar sobre seus respectivos artigos.

SERVIÇO

Evento: Lançamento do livro 7 Esquinas: Panoramas Socioculturais nas Ciências Humanas – Editora Kawo-kabiyesile
Organizadores: Raphael Cloux e Izabel Melo
Local: Auditório da Fundação Visconde de Cairu
Endereço:  Rua do Salete, Barris, Centro
Dia : 19 de novembro de 2013, das 19 horas às 21:30
Preço sugerido do livro: 30 reais
Obs.: a entrada para o evento é gratuita

Contatos para entrevistas:
Raphael Cloux : 71 – 9232- 1051
Izabel Melo: 71 – 8762-1527
www.editorakawo.blogspot.com

Outras informações:

Marlon Marcos /  jornalista DRT–BA 2235:  71 8749-5595// 8107-4693

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Obrigado!


Às vezes, se pode, delicadamente, sonhar acordado...
A vida ilumina sob os desígnios de Deus...
E eu me ponho no colo da minha Mãe
Vestido em verde azul amor e vou
Todo agradecido numa voz que me orienta
E me ensina a ser em nome da beleza.

A voz,

Maria Bethânia,

motriz do Brasil que eu preciso...

Universo: muito obrigado!

domingo, 3 de novembro de 2013

Por que a senhora é assim?



Morrendo de amor à voz de Maria Bethânia

Saudades do que não houve



Manhã chuvosa de domingo sempre frio
Me trouxe a ausência que não me deixa
Me encerrou na dura certeza
Do tempo esgotando o sonho de amar.

Molhado nos cabelos e nos pés
Sem liberdade na imaginação
Pousei os olhos sobre o retrato
Carreguei a velha camisa no colo
Lembrando o sentido da eternidade.

Me despistei de mim
Para ter chance de sair
Enfrentar domingo e chuva
E cumprir a vida frente ao barulho
Do silencio desta ausência que não se aparta
E sempre anuncia o que eu já deveria ter esquecido.