quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Para ser

Era ali naqueles olhos. Do profundo sentido. Lágrimas contra a dor. A camisa preta enunciando. Flâmulas da vontade intensa e uma leve vergonha. Por timidez. E o corpo em ebulição na aparência se comprimindo. Vastidão. Era a formulção de muitos escritos para tocar e inspirar mostras do dorso nu. Sem a camisa preta. "I'm not...". Nada alto se diria. Do jeito dos magros: o que era leve ficava por demais pesado. A camisa agora na braço da cadeira e a mão a se comentar, a se mostrar, a segurar o inesperado. Aprisionado sem fuga. Um poema para acalmar e... O beijo surgiu. Uma mão na mão e a outra confirmando. Encontro. Olhos fechados pensando no que o corpo sentia. A languidez da respiração como instrumento musical. Nada de velocidade. Cor preta ao chão. Peças outras ao chão. Dois corpos ao chão. Vaga e movimento. A intensidade de um momento no sabor instantâneo da eternidade. Líquidos e alívio. O prazer como paisagem. A lentidão dos risos acordados pela saída do medo. Quase cerveja na boca. Os olhos de um verde lindo. O mundo entregue. Uma música estranha, não. Céu cantando Papa. Minimalismos em língua inglesa. Cerveja de fato. Mais risos. Melodia no mesmo CD. Tardinha meio cinza meio azul. Dois inteiros. Corpos nus sendo acima de pergunta ou resposta. New York. O que será? Sem chance para janelas e nem para o mundinho de lá de fora. A vida aqui agora. No tempo de olhar: a camisa preta linda. " ...but my boyfriend is".

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