quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Na contramão de mim

De alguma maneira a vida me convence. Antes do que me obriga acordar, levantar e sair a favor da minha sobrevivência; algo que sempre fica entre o limiar do sonho e a realidade e eu folheio com os olhos e ocupo com o corpo étereo do grande desejo que tenho.É um transporte do tudo para o nada - um total esvaziamento de mim mesmo para que eu possa me salvar. Folheio por ser o livro que aparece na leitura da minha constante contemplação e eu nunca sei e, talvez, nunca saberei, onde estou ou onde estarei...Contemplo. Sentindo o gosto da contramão. Ímpeto existencial das feridas minhas que não curam e são elas que me definem e mostram-me à saúde do existir. Meu espelho quebrou mas não perdi a razão do "eu sou". Sigo assim: falando de mim e atestando esta vontade de ser reconhecido pelas ásperas leituras dos olhos alheios, fingindo não ligar, mas marcado pelo sentido que ser visto dá ao nosso viver coletivo. Sou eu nisso aqui. Um parágrafo da contramão de mim e eu já me revelei demais.

Um comentário:

Sueli Borges disse...

É na contramão de si mesmo que voce brilha e se faz mais lindo. Ao ler voce no que voce escreve, também me sinto de contramão, e assim, indo.
Muita luz nestes seus olhos, neste seu coração de poeta, nesta sua alma de ir...Um beijo.