segunda-feira, 13 de abril de 2009

Azuela para o Azul


“O astronauta ao menos
Viu que a terra é toda azul, amor
Isso é bom saber
Porque é bom morar no azul, amor”
Vinicius de Moraes




O amor, a saudade, a espera e os sonhos, são assim : órbita do azul nos olhos... Maior que noite e dia, sem perguntar a alegria, o azul infinita-se na tradução da beleza que há.

Milimétrica estesia que se somando a velocidade da luz, nos arranca do dessentido e nos faz girar até a conquista dos nossos mais significativos instantes. Espasmo da voz alongando-se ao centro do coração amado, horizontando-se como chegada, como entrada, como fixa absorção do nutriente mais preciso... Descarga, aos olhos, o azul é pedido.

Fruto calorífico das canções diluídas da POESIA. Marca sutil da tristeza que inspira. Símbolo apaziguador da força do sol no céu dos trópicos. O canto de Billie. A récita de Bethânia. Os olhos-castanhos mais amados molhados de lágrimas doces. Um grito escondido. A palavra em Clarice. O poema de Hilst abrindo maior a ferida. Uma seleção de músicas em fita. O sorriso dos amigos. Água do mar banhando. Ondas do mar alisando. Calma pós-orgástica. Beijo de filha. Sobrevoo no Rio de Janeiro. Morada soteropolitana. Dança descolada. Cerveja, pipoca e filme. Café. Ouro Branco, o chocolate. Jornalismo em atividade. An-tro-po-lo-gia. Do real à fantasia, com jeitinho carinhoso, o azul sempre está.

Camucim com rosas amarelas, acima de uma grande mesa de jacarandá, encoberta com toalha em renda azul-turquesa, à espreita do nome da felicidade voltar. Nas asas, na cara, no corpo, leve e brando, guardadinho por tecido inventado com esta cor dos melhores sonhos...

AZUL, pelo PODER deste AMOR.

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