sábado, 23 de janeiro de 2010

Ao que se espera

" Farto de ver. A visão que se reecontra em toda parte.
Farto de ter. O ruído das cidades, à noite, e ao sol, e sempre.
Farto de saber. As paradas da vida. - Ó Ruídos e Visões!
Partir para afetos e rumores novos."
Rimbaud
Imagens migratórias no olhar que se encerra cansado. Este fastio sem tradução do peito pedindo, se possível, o tato do novo cheirando a manhãs diferentes. Vontade de estar nu na companhia de alguém que a alma escolheu e falar bem alto sobre o que o desejo, por vergonha, tenta esconder. O novo é ser outro? Caminhar entre penumbras, dormir nos matagais da imaginação, alvorecer uma espécie de escândalo, saber morrer, reviver pintando um quadro com a cara do afeto verdadeiro; alcançar afetos verdadeiros, novos amigos, novas esquinas, novos problemas. Ter aqui alegrias intensas soltando poesia ao vento. Chorar miudinho ao espelho que reflete o novo chegando. Estar numa nova cidade aprendendo coragem, tendo prazer, combinando solidão e realização, perto de saúde, mar, cinema, teatro, galerias, bares, prostíbulos, saunas, e muitas livrarias... Muitas livrarias e museus, bibliotecas e um pouco de gente legal realmente nobre e agradecida.

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