sexta-feira, 20 de maio de 2016

Oyá-Bethânia: os mitos de um Orixá nos ritos de uma Estrela



Entre tantas promessas que me fiz e acontecimentos inesperados em minha vida, este livro é fruto de uma grande vontade e força que exerci para pesquisar o tema e viabilizá-lo como resultado de uma pesquisa acadêmica.

Tem a feição da minha alma e é fruto da paixão que sinto por Oyá e Maria Bethânia. Também é o brado da minha insistência de como quero me expressar para o mundo, ocupando um espaço tão hostil, a academia, sem sair das verdades e das dúvidas que me impulsionam a pesquisar. Apanhei e bati demais. Fui ridicularizado por colegas que estavam do meu lado, fui tratado como um arremedo de artista e poeta querendo ser cientista, um antropólogo, pesquisando temas "menores" que não caberiam no universo da intelectualidade - assim alguns me disseram.

Mas o vento e a paixão me guiaram: lembro-me de Queila Oliveira, Paula Janaína e Carlos Barros, me incentivando numa empreitada que não foi nada fácil.

Mas eu consegui cumprir minha promessa de antropologia e homenagem a Oyá e a Bethânia. Encontrei amigos como Fabricio Mota atestando meu escrito e alguns professores de suma importância para esta efetivação... O projeto Sons da Bahia me chamou a fazer parte da coleção com o meu Oyá-Bethânia: os mitos de um Orixá nos ritos de uma Estrela e o FazCultura do Governo da Bahia patrocinou a obra através da investida luxuosa e de qualidade da Editora Pinaúna.

Não é fácil viver nesse instante brasileiro, estamos perdidinhos e mergulhados em nossas feiuras, agindo mais para desqualificar do que incentivar e isso em todos os lados e direções, o que faz com que tudo piore ainda mais.

A poesia é minha ponte levadiça, meu espelho e reflexão, minha vontade de ser, minha inserção no mundo da beleza e meu desaforo. Cansado das ordens estruturadas e estruturantes que não permitem a respiração e a transformação de seja lá o que for. A arte é tão importante quanto o conhecimento científico ( em mim, ela é muito mais significado), ela me mantém vivo como consumidor e criador de dizeres que desenho da maneira que aprendi e escolhi desenhar. Tem a ver com respeito. E é multiplicidade, contudo.

A poesia é a minha maneira de experimentar - é o meu modo desigual e tosco, muito confuso às vezes, mas sou-me na imperfeição.

Este livro é à beleza como busco, de maneiras toscas, vicejar a favor de uma vida mais expressiva para mim e para quem desejar.


Meu jeito de ser imperfeitamente delicado. Desde a ciência antropológica até o espraiar do que me convida como Arte.