segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Perseguição


até quando lhe olho do meu momento
vazo do seu silêncio e lhe cravo instantes...
acompanho seu rastro e domino sua sede
ocupo seu espaço e desaguo-me para o
centro da sua companhia.

domingo, 29 de agosto de 2010

Maria Bethânia em Eu Velejava em Você

Esta senhora arrancou um pouco da tranquilidade que ando sentindo: eu a ouvi cantando Eu velejava em você, canção de Eduardo Dusek que ficou famosa na voz de Zizi Possi. Bethânia me silenciou para acordar minha memória flutuando no drama da sua voz. Oh, tardinha difícil numa sede que não encontra água... Li poesia, assisti a um filme, escrevi uma carta, conversei com amigos, telefonei, tomei banho e remédio, comi muito e muito café tomei e nada. Era Bethânia nesta canção e minhas memórias saudosas me doendo me inspirando me tirando o sono me...
Senhora das paixões! Ameniza essas dores; canta profundo mas sem o sangue que revitaliza o que nunca pôde não pode e nem poderá. Mas ainda há vida e a 'senhora' canta.

Para além

Uma alma acelerada e na contramão. O sentido marcado pela força do sol em uma cidade tropical e o aprendizado literário: escritos falando baixo o que nunca se esqueceria e ali fazia calor por dentro e por fora... Mais agonia.
Uma vida em delongas. Nítidas inconclusões. Selvagem aconchego. O sono. E alma se bastando. Para além. Era tarde depois de um tombo e todas as saídas fechadas. Uma voz ampliando a dor de uma eterna madrugada. Os lençóis sem mancha de amor e na floresta distante ventando.
Tudo se seguia para longe no lugar onde nada poderia ser encontrado e o medo era maior que o medo de morrer... A voz era como o sangue das paixões e dava vida a memórias estagnantes mais doídas que o medo de morrer.
Era tanta a dor n'alma acelerada e na contramão que: melhor morrer.

Imaginar-se-nos

"Com uma tal falta de gente coexistível, como há hoje, que pode um homem de sensibilidade fazer senão inventar os seus amigos, ou quando menos, os seus companheiros de espírito?"

Bernardo Soares
(Livro do Desassossego)

sábado, 28 de agosto de 2010

Ausência


ainda que seja durante
para antes do não lhe conhecia
tudo que tenha sido palavras
se erigiu para o nada
que vaga em nossos corpos
vazios.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Sem companhia


A desordem sacrossanta para atender o pedido. Os olhos frente à imagem corroendo o tempo e derrotando o medo e acima, o segredo que perfila a alma e se denuncia na escrita. O tempo do "tudo se cala" porque já se faz barulho demais. No que não será dito: estamos todos sozinhos. O santo agora mal seduz e está acorrentado.

Da minha alma

Minha alma cortada em sínteses e desilusão: qual é o projeto humano mais profundo? Respeitando-se a diversidade, a tática mais viável é saber coexistir no que somos deixando o outro ser. O outro que nem sei mas vivo a descobrir... A perseguir tentando fazer gravuras e guardar na poesia de desenhos que elucidem sem esgotar o mistério.
Minha alma fragmentada é inteira: sou eu ansiando, cantando um mundo que me caiba em alegria e tristeza e eu saiba, de verdade, de algum projeto humano. Quero como seguimento o encanto e poder escrever ternuras e me ser meu corpo e minha alma únicos, unos, puro sentir para além dessa máxima cotidiana do aborrecimento.
Minha alma fertiliza-se em Fé e serve à ideia do amor profundo. Só me posso assim.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Cenas de amor



Eu musico as cenas azuladas e as eternizo em meu olhar...
Cada visão se reveste em água em alívio em emoção,
É uma batida pop com ares de erudição em meu ser vulgar,
Que navega sem sair do lugar mas sonha.
Eu simplifico as cenas azuladas fotografando o mar,
Ali de frente: meu eu se faz eterno e sem tédio.
Eu sou um tipo dessas cenas,
No meu corpo se criam matizes em azul
Que se oferecem como ponte como fonte
Para os amores mais profundos.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Maria Bethânia e as palavras

Maria

Vem de muito tempo a ligação de Maria Bethânia com as palavras. Desde o colégio em Santo Amaro, quando seu professor Nestor Oliveira a ensinou, assim como a seu irmão Caetano Veloso, a ouvir poesia. Esta paixão pelas palavras ela levou para os palcos, nos textos que sempre recitou em seus espetáculos – desde o famoso show de estréia no Teatro Opinião, em 1965.

E é esta relação com as palavras que Bethânia vai mostrar durante duas semanas no Teatro Fashion Mall (dias 03, 04 e 05 e 10, 11 e 12 de setembro, de sexta a domingo) com leitura de poemas e textos escolhidos por ela, com os quais tem intimidade e que foram importantes para sua vida. Neste projeto, contou com a colaboração de Hermano Vianna e Elias Andreatto. Mesclando leitura e música, com canções pouco usuais em seu repertório, será acompanhada do violonista Luiz Brasil e do percussionista Carlos Cesar.

O projeto começou em Minas, no ano passado, quando Bethânia foi convidada pela UFMG para participar do ciclo de conferências Sentimentos do Mundo. Logo em seguida realizou outras leituras na Casa do Saber/RJ, PUC/RJ, no Itamaraty/Brasília (para o Encontro Mundial dos Países de Língua Portuguesa) e, mais recentemente, na Casa Fernando Pessoa, em Portugal, como retribuição à Ordem do Desassossego que recebeu com a imortal Cleonice Berardinelli por ser, no Brasil, uma das maiores divulgadoras do legado de Fernando Pessoa.

Agora, pela primeira vez em teatro, Bethânia lerá poetas e escritores de todas as gerações: Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Ramos Rosa, Sophia de Mello Breyner Andersen, o moçambicano José Craveirinha, Padre Antonio Vieira, Caetano Veloso, Fausto Fawcet, Ferreira Gullar, entre muitos outros, entremeados por trechos de conhecidas canções brasileiras e portuguesas como ABC do Sertão (Luiz Gonzaga), Romaria (Renato Teixeira), Último Pau de Arara (J. Guimarães/Venâncio/Corumbá), Estranha Forma De Vida (Amália Rodrigues), Marinheiro Só (domínio público/adaptação Caetano Veloso), Dança da Solidão (Paulinho da Viola) e Menino de Jaçanã (Luis Vieira/Arnaldo Passos).

Maria Bethânia reconhece que dizer poesia, hoje em dia, “neste mundo de corre-corre”, é “um desafio”, mas também, “uma idéia que comove e atrai”. E Fernando Pessoa, o poeta da sua vida, não fica de fora. “É a minha tradução mais fiel”, afirma, acrescentando: “Suporta minha respiração, minha cadência e o ritmo desassossegado do meu coração”. O poeta é lembrado com pungentes poemas, como o Poema do Menino Jesus, de Alberto Caieiro, popularizado pela intérprete a partir do show Rosa dos Ventos; e Ultimatum, de Álvaro de Campos, que soa impressionantemente atual desde sua leitura no show Dentro do Mar tem Rio.

Bethânia e as Palavras

Teatro Fashion Mall - Sala I - ESTRÉIA DIA 03.09.10 (Rio de Janeiro)
Sex
21:30 hs
R$ 80,00
Sáb
21:30 hs
R$ 100,00
Dom
20:00 hs
R$ 80,00

Porvir



Que seja como um sonho, já que o real - tão político - é plataforma para os poderosos e cadafalso para os sensíveis.

Por sonhar



Foi uma bebida para tragar o universo e manter a sede. Um acorde do peito na forma da esperança e indo ao espaço... Transcritos dos olhos verdes ao mel da boca quente no corpo deitado suado de tanto gemer... Coisas acima do tempo diluindo-se nos espectros que formulam no humano a ideia do infinito...
Foi a chegada. Um aperto de mãos e abraço. O cheiro conduzindo ao encontro tal como sonho de onde nunca se deveria acordar.
As estrelas , às vezes, se apresentam como testemunhas nas noites de insônias delirantes... A paixão canta assim.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Convite

Ouve.
Há música no fio desta espera.
E os seus olhos refletem o possível.
E a escrita que sai daqui é invasiva
Mancha o seu cotidiano e lhe convida
A mergulhar no improvável que nos norteia.

Diabruras


lhe lanço no meu fogo
e arranco gozo de você

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Dessa janela sozinho

Foto de Gal Costa

Olhar o mar me acalma e me excita...
Me faz vagar por dentro das minhas
Vontades mais não ditas e,
Molhado de mim mesmo
Me sigo, me animo, me ofereço...
Todo dia eu sou marítimo
E entoo na voz de Gal
Cânticos para Iemanjá...
Mesmo com chuva
Meus dias são de sol e sal`
À beira da Baía
À espera de Setembro
Das águas de Oxalá...
Roupas em branco e azul
Minhas contas verde-água
Uma prece Akatu
Muita lágrima
E ainda mais risada.

sábado, 21 de agosto de 2010

Um favor, por Áurea Martins

Áurea Martins

Hoje é um dia de serenizar e estar a ouvir o melhor que a música de um país pode oferecer e nisso está Até sangrar, da enorme Áurea Martins. Abri todas as janelas e pus na rua minha audição que anda com muita saudade do "sentir amor" e esta cantora, longa experiência e beleza, traz as cores do amor e da paixão sem esconder suas dores. Ouço sangrando e ainda tendo alegria no coração: aí vem a verdadeira arte musical, nessa nossa nobre tradição popular.
Áurea Martins - raro perfume sonoro e canta, de Lupicínio Rodrigues, Um favor em pé de igualdade com a imortal Gal Costa.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O lugarTiganá Santana

Tiganá Santana

Há um lugar que serena a alma e nos faz compreender a vida como caminho, veículo, dádiva; nos leva para dentro do sentido que não se explica e se ouve para sentir.
Um lugar marcado de poesia e movimentado por sonorizações que abrandam a confusão do dia a dia porque nos lota de silêncio... Nos alimenta em nossa miudeza e nos faz alcançar os verdadeiros Senhores do nosso destino.
Um lugar que aveluda a audição e ensina.
Seria só a tradução da desgastada palavra paz se ali também não estivesse uma certa agonia: a que nos chega frente à forma da grande criação. Um lugar empreendido pela segurança das águas e da lama e que apoia feito chão; verdeja e frutifica nossa vontade de viver.
Um lugar não-lugar que sintetiza a arte e ventila a natureza humana: a voz sagrada de um homem encoberto em lições e que aceita...
Nossa África que se fez Bahia e é nórdica, árabe, ameríndia, japonesa e quem sabe? É plutônica e marciana, de fato, é universal...
O lugar música que corporifica a beleza de um artista em sua missão de louvar a quem se deve e nos convidar a isso através de canções.
O lugar Tiganá Santana.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Pedra do mar


O que trago em mim também se fragmenta atritando-se em seu nome: é espera. Desenhos de um descanso necessário à luz do sol que nos sombreia. Peço a sereia que cesse de cantar e às ondas que se acalmem para que este instante seja discrição e silêncio. É uma espera astuta em paciência... que busca busca busca até encontrar. Este é o signo da água.

"Que significa isto, que não significa nada"


Viver é estar diante do nada.
Grudado em si em busca de outrem.
Contemplar sentido onde nunca haveria.
Embaralhar-se em vontades e barulhos
Para fazer silêncio na morte.
Viver é essa agonia no peito
Misto de desejo e repulsa
Entrega e ruptura
Esmorecer.
Viver é ser das crenças
E ter esperança por vocação.
Permitir-se ao esquecimento
E doer de memória e saudade
Frente aos reflexos de sonhos reais
Que ficaram inconclusos.
Viver é vagar no dessentido
De estar vivo e assim permanecer,
E saber
Que tudo terá valido
Se o amor acontecer.

NOSSA SENHORA DO SILÊNCIO (a)


"Às vezes quando, abatido e humilde, a própria força de sonhar se me desfolha e se me seca, e o meu único sonho só pode ser o pensar nos meus sonhos, folhejo-os então, como a um livro que se folheia e se torna a folhear sem ter mais que palavras inevitáveis. É então que me interrogo sobre quem tu és, figura que atravessas todas as minhas visões demoradas de paisagens outras, e de interiores antigos e de cerimoniais faustosos de silêncio. Em todos os meus sonhos ou apareces, sonho, ou, realidade falsa, me acompanhas. Visito contigo regiões que são talvez sonhos teus, terras que são talvez corpos teus de ausência e desumanidade, o teu corpo essencial descontornado para planície calma e monte de perfil frio em jardim de palácio oculto. Talvez eu não tenha outro sonho senão tu, talvez seja nos teus olhos, encostando a minha face à tua, que eu lerei essas paisagens impossíveis, esses tédios falsos, esses sentimentos que habitam a sombra dos meus cansaços e as grutas dos meus desassossegos. Quem sabe se as paisagens dos meus sonhos não são o meu modo de não te sonhar? Eu não sei quem tu és, mas sei ao certo o que sou? Sei eu o que é sonhar para que saiba o que vale o chamar-te o meu sonho? Sei eu se não és uma parte, quem sabe se a parte essencial e real, de mim? E sei eu se não sou eu o sonho e tu a realidade, eu um sonho teu e não tu um Sonho que eu sonhe?
Que espécie de vida tens? Que modo de ver é o modo como te vejo? Teu perfil? Nunca é o mesmo, mas não muda nunca. E eu digo isto porque o sei, ainda que não saiba que o sei. Teu corpo? Nu é o mesmo que vestido, sentado está na mesma atitude do que quando deitado ou de pé. Que significa isto, que não significa nada?"
fernando pessoa

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Da essência


Desse profundo sentido que vai me guiando até o eixo de mim. Uma espécie de companhia absoluta porque bem dentro e também fora. Algo se acende e se liquefaz para me dar norte; para instaurar mantras que aquecem minha alma e como antídoto, banha minhas dores... Meu impulso verdinho para o círculo azul maior que trago e é amor. Amor pela vida nos desenhos que faço e sonho tranquilo, convivo tranquilo, porque quem passa por mim, através de mim, recebe ouro da essência divina e se (re) contrói...
Meu mar de gratidão por este tempo: meu coração azul figura-se sólido nesse líquido que me traduz.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Madonna: 52 anos


O pop tem nome. É do sexo feminino e como fêmea esperta devora todo mundo. Ganha dinheiro como ninguém e se protege dos malditos arranhões de quem a elevou à condição de mito: a mídia. A gente dança com ela, gosta dela e lá, desde Holiday, nunca me apartei deste fenômeno contínuo e perene chamado: Madonna. Eu a adoro!

Dois anos sem Caymmi


Já se sabe que ele não morreu. Vive encantado navegando o litoral brasileiro, ora aporta no Rio, ora em Salvador; inspira Gil Caetano Chico e não sai das vozes de Bethânia Gal Stella Maris ( a voz mais bela entre as cantoras baianas sem projeção nacional). Caymmi em sua eternidade brinca com o tempo, com nossa memória, com nossa afetividade. O mestre maior protegido por minha mãe Iemanjá e que a ajuda a proteger essa riqueza desmedida que é o mar brasileiro, mar baiano, a Baía de Todos os Santos... Viva o carioca Caymmi, inventor da Bahia que amamos.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Tudo sobre você

Foto de Gal Costa

Uma canção de e na voz de Zélia Duncan não me sai da cabeça. Tem embalado minha memória, meus anseios, esperança de um encontro... Tem sido aquela alegria que dá gás a vida, nos enche de promessa, nos retira do chão... Tem me sido fantasia. Minhas palavras de criança buscando um instante quente de adulto. Adoro a elegância de cantora de Zélia é uma força delicadíssima ainda mais querendo alcançar o outro nessa sua Tudo sobre você...

E como meus instantes buscados estão na Bahia, trago também a poesia da fotografia de uma outra paixão minha: Gal Costa. Trago a poesia da minha Baía para me entregar junto... E de sobra a letra desse grude agradabilíssimo que é esta canção:

Queria descobrir

Em 24hs tudo que você adora

Tudo que te faz sorrir

E num fim de semana

Tudo que você mais ama

E no prazo de um mês

Tudo que você já fez

É tanta coisa que eu não sei

Não sei se eu saberia

Chegar até o final do dia sem você
E até saber de cor

No fim desse semestre

O que mais te apetece

O que te cai melhor

Enfim eu saberia

365 noites bastariam

Pra me explicar por que

Como isso foi acontecer

Não sei se eu saberia

Chegar até o final do dia sem você

Por que em tão pouco tempo

Faz tanto tempo que eu te queria

John Ulhoa - Zélia Duncan

P.S.: o outro mar que receba.

A bela festa da Boa Morte começa hoje

"Hoje, todos os caminhos levam à bela e histórica Cachoeira para a abertura dos festejos de Nossa Senhora da Boa Morte.
A irmandade, símbolo da resistência e do brio de mulheres negras, muitas das quais nascidas escravas e que ascenderam socialmente e compraram a liberdade com muito trabalho, a ponto de ostentar esta conquista nas vestes e joias que envergam, nasceu na Igreja da Barroquinha em Salvador, em meados do século XIX.
Porque a irmandade foi para a Cachoeria não se sabe ao certo. Alguns apostam em que elas decidiram proteger o culto católico visível, mas que também e, principalmente, envolve saberes ancestrais de origem africana, da perseguição que se abateu sobre os africanos e seus descendentes após a rebelião dos malês ocorrida na capital baiana em 1835.
Cachoeira se tornou então a sede dessa bela história de uma festa organizada e preservada por uma confraria de mulheres com critérios especiais, como o de ser aceita apenas na maturidade pós 40 anos.
Sabe-se muito da parte católica da festa que é a celebração da dormição, pois segundo a tradição católica, Maria apenas adormeceu enquanto se preparava a assunção do seu corpo e alma aos céus. É a lógica da teologia, afinal o corpo que carregou o próprio Deus encarnado não poderia ser decomposto como acontece com todas as mulheres e homens comuns.
A relembrar essa tradição, as irmãs também rezam para que elas e todos tenham uma “boa morte”, uma aspiração ainda mais desejada em tempos de tanta violência e desrespeito pela vida humana.
Da parte do candomblé que está envolvida na festa não se sabe quase nada, pois segredo é um dos princípios básicos desta confraria. Mas a importância do que se guarda é infinita, afinal entre as irmãs estão ocupantes da alta hierarquia do candomblé baiano.
Até a próxima terça-feira, pois após a festa do domingo ainda tem samba de roda e distribuição de comida, afinal a generosidade é uma marca do povo de santo, Cachoeira estará cheia de turistas novos e outros que retornam, pois é difícil resistir a tanto encanto e brilho.
Sinto, devido a várias circunstâncias, não poder presenciar esta edição da festa na minha Cachoeira natal e que, além do seu belo casario e as mágicas águas do Paraguaçu reúne tantas outras preciosidades: a sabedoria dos ogãs Boboso e Bernardino do Seja Hundé ou Roça do Ventura; a herança da força de Gaiaku Luiza; a resistência da Lira e da Minerva cachoeiranas; a beleza da Ponte Dom Pedro II e da estação ferroviária.
Para quem vai estar lá vale a pena brigar para achar um lugarzinho no que conheço como “restaurante do português”, ali bem pertinho do porto ou dar uma esticadinha até a Pousada Paraguaçu em São Félix, onde até hoje me intriga o filé de pititinga presente no cardápio, mas que não consegui provar pois estive lá durante a baixa estação do pescado.
Quem for retornar para Salvador pode dar uma passadinha em São Brás (no meio do caminho entre Cachoeira e Santo Amaro) onde tem um restaurante com uma comida baiana deliciosa. Mas claro que essas sugestões culinárias só valem para quem não puder esperar a disribuição da comida preparada pela irmandade ou para os horários alternativos.
Vale, antes de conferir a programação da festa aí abaixo, dar uma olhada no blog do professor Cacau Nascimento, especialista na história e antropologia da Irmandade. Cliquem aqui para acessá-lo.
Agora, vejam a programação da festa:
Dia 13/08 – Sexta-feira18h – Cortejo anunciando a morte de Maria19h – Missa pelas almas das irmãs falecidas21h – Sentinela, Ceia Branca na sede da Irmandade
Dia 14/08 – Sábado19h – Missa simbólica de Corpo Presente de Nossa Senhora da Boa Morte e procissão do enterro..
Dia 15/08 – Domingo09h – Missa festiva da assunção da Nossa Senhora da Glória seguida de procissão12h – Almoço das irmãs e convidados, na sede da Irmandade.14h – Samba de roda no Largo da Ajuda
Dia 16/08- Segunda-feira20h – Cozido – seguido de samba-de-roda no Largo d’ Ajuda
Dia 17/08 – Terça-feira20h – Caruru – seguido de samba de roda no Largo d’Ajuda".
Retirado de http://mundoafro.atarde.com.br/?p=3373 ( Cleidiana Ramos).


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Maria Bethânia: meu controle de qualidade


Maria Bethânia é destaque no Prêmio da Música Brasileira

"A cantora Maria Bethânia foi o grande destaque da 21ª edição do Prêmio da Música Brasileira, realizada na noite desta quarta-feira (11), no Theatro Municipal, no Centro do Rio. A cerimônia, que foi apresentada pela atriz Débora Bloch e teve Dona Ivone Lara como homenageada, premiou a cantora baiana nas categorias Melhor Cantora de MPB e Melhor Disco de MPB ("Encanteria"). A canção "Feita na Bahia", composta por Roque Ferreira e gravada pela intérprete no mesmo álbum, levou o troféu de Melhor Canção."
(Retirado do site G1( globo.com))

P.S.: Justiça tem sido feita em relação ao belo trabalho de Maria. Absoluta no cenário da música brasileira atual: entre homens e mulheres, nosso melhor artista. Só acho que o melhor disco deveria ser Tua. Mas em matéria de arte, tudo em Maria Bethânia é premiável.

Tiganá Santana: lançamento oficial de Maçalê em Salvador

Tiganá Santana

O Teatro Casa do Comércio ( Sesc/Senac), de Salvador, vai abrigar o show de lançamento do irretocável CD Maçalê, de Tiganá Santana, no dia 18 de agosto, às 20h. O acesso ao Teatro será livre e gratuito, os interessados em compartilhar deste luminoso acontecimento musical, deverão chegar na Casa do Comércio uma hora antes e, através da bilheteria, pegar seu bilhete de ingresso.

O artista Tiganá Santana, consolidado como uma grande revelação da canção brasileira, chegou a pouco de uma curta temporada na Europa, cantando em importantes eventos culturais no Velho Continente. Traz Maçalê para sua terra natal, com feição de carinhoso lançamento para celebrar sua estreia em CD e festejar com familiares, amigos, admiradores e curiosos, o êxito desta sua primeira incursão no universo da indústria fonográfica , e mais que tudo, agradecer pela receptividade ao seu trabalho.

O CD Maçalê chegou ao mercado no ano passado e foi considerado por muitos especialistas como uma das grandes produções feitas no ramo no Brasil nos últimos anos.Agora é só conferir e se deleitar com a inexplicável música de Tiganá Santana.

Serviço

Show: Maçalê

Artista: Tiganá Santana

Local: Teatro Casa do Comércio (Sesc/Senac), Salvador- Bahia

Dia: 18 de agosto de 2010, às 20h.

Acesso: livre e gratuito

Obs.: todos os interessados deverão chegar uma hora antes do espetáculo e, na bilheteria, pegar seu ingresso que será distribuído gratuitamente mas obedecendo a capacidade de abrigo de público daquele Teatro.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

vixe...

entre fantasmas,
leões e escuro...
ainda tenho mais medo de mim!
Karina Rabinovitz

Maria Bethânia: alta literatura na voz



Quando Maria Bethânia canta brotam livros em nossa audição... É literatura sem deixar de ser música.

Sutilezas matutinas


É desse instante na vida, no colorido do pensamento buscando descanso e sonhos, o frescor das flores, a água purificando, os pés caminhando sem assombros... O gosto de um corpo querido na boca; a alma desenhando um rosto; o alívio do prazer... Palavras escritas sendo lidas... O tempo passando de acordo com o que se plantou. Se sonhou nas manhãzinhas de cada existência.

sábado, 7 de agosto de 2010

Caetano Veloso: bem dentro aqui!



Hoje ela faz 68 anos. Minha grande lição e isso da iluminação contínua. Minha alma rasgada melhorando e aquilo do sonho nítido no Trem das Cores. Caetano é o meu negro e o meu azul. Eu tenho amor por ele. Parabéns, senhor!

Maria Bethânia: a extrema beleza na imperfeição

Maria
O que vejo é fé alinhando-se à poesia. Uma entrega inteira à arte para vencer os desgastes da vida cotidiana. O que é luz numa forma de permissão singrando palcos e sendo-se-nos... Livros audíveis mexendo com nossa alma e uma mulher a comandar catarses e a inaugurar mudanças, instalar melhoras, dissolver padrões.
Olho-me com os olhos dela e ei de escrever com a qualidade do que ouço-vejo nela: ampliação dos sentidos. Marulhos de uma vida efeito das possibilidades. Ela reeducando espelhos...
O que vejo é a extrema beleza adornada na imperfeição.
Seu nome é Maria Bethânia.

Maria Bethânia: fé em Barbinha


(Fotos de Waldeck Gonzalez Filho)

Deste princípio: fé !
De onde chega o eixo para criar
E para enfrentar a vida.
Maria louvando Bárbara à luz de Santo Amaro da Bahia.
Deste desfecho: fé!
Marcas inteiras melhorando a vida
Pelo sentido de estar aqui.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Descanso produtivo

Para Michelle Cirne

Serenou.
Das coisas para dentro do sentido que mais fica: amizade. Perfumada de amor superando conflitos incendiando instantes acompanhando na dor e abraçando em festa quando alegria quando conquista.
Eis o melhor tempo - por dentro e por fora -; um tempo de agora que instiga a escrever.
Daquela luz que não se apaga e impregna o corpo e se eterniza na alma.
Coisas do encontro amor que perfila a convivência dos amigos.
Quando se confia e a natureza todinha é a nossa casa e já estamos a descansar.
Em qualquer lugar deste planeta.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O melhor que há em mim...




O mar me despertou e me deu nome...
Renasço de maresia para o sonho realizado.
Vejo o canto de mulher chorando e,
Suas mãos de água me guardam serenamente
Eu - o do ventre da África,
Sou filho legítimo da mãe do mundo.

Abraçando para agradecer


Que se possa muito encontrar amigos, aqueles que celebram conosco abraçados por uma espécie de sucesso que só pode ser seu e eles, os amigos, aceitam como se deles fosse...
Que seja minha eternamente a água que banha meu Ori e traz amigos para o centro do meu destino.
Abraço-os e agradeço!