segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Vale Nevado - Chile



Viajar nos convida a ver o quanto somos diversos e pequenos
e do quanto somos capazes de ser e de estar em si e com os outros.

domingo, 29 de setembro de 2013

Aos pés de Nossa Senhora da Conceição, em Santiago do Chile


No teu colo
em silêncio
em carinho
todo agradecido.

Salve minha Mãe de misericórdia!

Em Santiago do Chile

(Marlon Marcos)

e eis que aproveito,
deito sobre as nuvens
rindo na alegria
que é hoje.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Saúdo São Cosme e São Damião na voz de Maria Bethânia



Louvado seja!
Promessas de abrigo
E meu total agradecimento.

Viva aos médicos mágicos!
Viva os erês!
Viva às crianças!

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Cansaço do mundo

Que mundo cansativo, quanta coisa cansativa, quanta gente cansativa, quantas regrinhas a favor de tanta hipocrisia, tanta procura para o contínuo dessentido; tanta infelicidade...minha fantasia é ser João Gibão e, aleijado, voar...Pra este mundinho quem voa é aleijado.

Por isso essa inadequação, essa vontade de álcool, essa fome insaciável de poesia e esse cansaço do discurso político, dos engajados; cansaço dos alienados; cansaço dos iluminados sem nenhuma "desqualidade".

O cansaço é tanto que tenho que escrever isso aqui...

Ainda tenho que seguir - e vou, pois a minha ternura minha leva à poesia que me salva.


- À noite que eu mereço!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Nos caminhos da mameto Marieta Beuí

(Mãe Zulmira, atual sacerdotisa do Tumbenci, filha de Marieta Beuí)


A história conta que Maria Silvana Muniz, nascida em Canavieiras no ano de 1887, fundou seu terreiro em 1936, tornando-se uma das mulheres mais respeitadas da Quinta das Beatas, hoje conhecida como o bairro Cosme de Farias, na cidade do Salvador, promovendo assistência social e cuidando com afinco e relevância de cultos dedicados aos inquices do candomblé congo-angola. 

Dona Maria Silvana Muniz ficou mais conhecida como Marieta Beuí, nobre filha de Matamba e Inkossi, iniciada por Olegário Vicente de Araújo, filho do inquice Luango, e que tivera sua iniciação feita pela lendária Maria Neném ( Maria Genoveva do Bonfim), expoente maior das narrativas que ilustram a sedimentação dos rituais congo-angoleiros na Bahia  e no Brasil. 

Falar de Marieta Beuí é trazer à tona um importante nome sacerdotal, ligado a uma nação de candomblé que ainda é esquecida e mal estudada pelos especialistas; é mal noticiada pelos jornalistas e, muitas vezes, negligenciada por muitos irmãos que praticam o candomblé, mas pertencem a outras nações, como o ketu fundamentalmente.

Como se tornou um costume entre filhos e netos espirituais de Maria Neném, Marieta Beuí chamou seu terreiro de Unzó Tumbenci, fundando- o em 1936; na Quinta das Beatas, ela se configurava como uma espécie de negra do Partido Alto, produzindo iguarias em casa e vendendo na comunidade, assim ela garantia o cotidiano sustento de 16 pessoas, para além do custeio das festas ligadas à obrigação com seus inquices. Adotou mais de 5 crianças e era uma liderança que se destacava, na época, entre outras como Joana de Tupy, Júlio do Brongo, Margarida de Zazi e, um pouco depois, Cecília do Bonocô.

Ela morreu em 1951. Legou como herança espiritual o cargo de mameto kwa nkisi para sua filha de Zumbá, Zulmira Santana, conhecida como Jaoci, que até hoje é a grande sacerdotisa do Tumbenci, situado em Lauro de Freitas, na Bahia.


A história de Marieta Beuí, como de tantas outras, deve ser contada, noticiada a favor da preservação da memória do nosso candomblé que não se restringe a uma nação.

( Publicado do Opinião, Jornal A Tarde, em 23/09/2013)

sábado, 21 de setembro de 2013

Enfeita, doutora!


Porque é bom olhar
assim como é ouvir.

Porque quando serena
acende beleza no coração
na alma da gente.

Porque sinais do encontro
do que se faz profundo
e está ao alcance de todos.

Porque os olhos são voz
e a voz, os olhos...

Porque labareda certeira
transformando-se no tempo...

Porque revista futura
o novo que foi:
teatro e música...

Poesia em que me acho
me dilacero me perco

Porque vívida carne mortal
sendo o nome eterno:

Maria Bethânia,

Norah Jones forever


XXVII


XXVII

Amor agora
Meu inimigo.
Barco do olvido
Entre o teu ódio
E o meu navegar
Fico comigo.

Sopro, cadência
Meu hausto e mar
Navego a rocha
Somo o castigo
Deslizo, meu ódio-amigo,

Graça e alívio
De te alcançar.


Hilda Hilst

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Anseio e calma


A poesia é 
meu oriente,
meu horizonte,
porto de chegada
e de partida.

sábado, 14 de setembro de 2013

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

à ventania da vida

em acordo com o sol
em litígio com sombras
em mudez necessária.

a ordem é orbitar
à ventania da vida.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Mãe Stella na Academia de Letras da Bahia: uma alegria negra!



A posse de mãe Stella na ALB subverte séculos de uma ordem racista e, de certa forma, sexista, simbolizando conquistas que seriam naturais em realidades não tão desiguais como a nossa. Mulher, negra, baiana, culta, sacerdotisa que, ao se sentar em sua cátedra destinada aos letrados, dá assento às nossas ancestrais, muitas que não dominavam o código escrito vigente, mas que de outra forma também se exerceram como lideranças sociais e intelectuais.

Um privilégio para o Brasil ser marcado pela experiência da Iyá Stella, Odé Kaiodê; motivo de orgulho baiano para se reconhecer a importância da mulher negra e de candomblé no processo civilizatório deste país, que depois de muita luta, começa a se flexibilizar diante da inevitável majoritariedade  negro-humana entre nós.

Com a chegada de mãe Stella a ALB deixa de ser uma simples simbologia do nosso grande letramento e, assim, por conta da nobiliarquia religiosa dela, passa abrigar a realeza de mulheres como Menininha da Gantois, Zulmira de Nanã, Senhora de Oxum Miwá, Gaiaku Luiza, entre tantas outras, que dão prestígio e sacralidade a este espaço, dantes meramente acadêmico.


terça-feira, 10 de setembro de 2013

Marlon Eller



cuidando do coração,
tomando corpo
e sorrindo.

um mundo sem tamanho
na aldeia do que sou
em cartagena ou salvador .

a ternura eller marulhando
esta postagem.

sábado, 7 de setembro de 2013

A águia




Porque não somente auditiva
é a centelha da sua presença;

tão forte quanto
é o selvagem da beleza
que renasce dos seus instantes
meio fêmea águia brutal
serena mulher dos lençóis

e estrela...

que rasga única, às vezes,
de luz a escuridão insistente

deste nosso país.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Tanto assim

Nem precisava sair de mim
tão bruscamente assim...

Amor é delicadeza
à força do querer.

Guiança


Alguma coisa sinaliza a profunda guiança
que está tão íntima das palavras que escrevo;
tanto relicário quanto baú: tesouros
é o que me traz esta coisa.
Luzidia maneira de me impelir
a seguir, a sonhar, a tentar,
a conseguir...
Tem as cores da mudança
sem deixar de ser azul e verde
e branco e cinza e vermelho.
Guiança da minha busca
eternamente criança
frente aos amores que desejei
à minha alma que escancarei
esculpindo meu ser pra mim.


domingo, 1 de setembro de 2013

Essencial e aos olhos


Faria uma tese de doutorado lotada de fascínio e alguma sabedoria a partir desta imagem: o essencial, às vezes, se mostra aos olhos.

Escritos tesouros


Se possível fosse
eu só escreveria
a lápis ;
na superfície
todo risco que se
apagasse;
no entanto,
debaixo d'água
minha melhor morada,
lá tudo estaria a salvo
escritos tesouros
meus maiores segredos
que às vezes revelo,
mas tenho medo.