quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Mãe Stella na Academia de Letras da Bahia: uma alegria negra!



A posse de mãe Stella na ALB subverte séculos de uma ordem racista e, de certa forma, sexista, simbolizando conquistas que seriam naturais em realidades não tão desiguais como a nossa. Mulher, negra, baiana, culta, sacerdotisa que, ao se sentar em sua cátedra destinada aos letrados, dá assento às nossas ancestrais, muitas que não dominavam o código escrito vigente, mas que de outra forma também se exerceram como lideranças sociais e intelectuais.

Um privilégio para o Brasil ser marcado pela experiência da Iyá Stella, Odé Kaiodê; motivo de orgulho baiano para se reconhecer a importância da mulher negra e de candomblé no processo civilizatório deste país, que depois de muita luta, começa a se flexibilizar diante da inevitável majoritariedade  negro-humana entre nós.

Com a chegada de mãe Stella a ALB deixa de ser uma simples simbologia do nosso grande letramento e, assim, por conta da nobiliarquia religiosa dela, passa abrigar a realeza de mulheres como Menininha da Gantois, Zulmira de Nanã, Senhora de Oxum Miwá, Gaiaku Luiza, entre tantas outras, que dão prestígio e sacralidade a este espaço, dantes meramente acadêmico.


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