A posse de mãe Stella na ALB
subverte séculos de uma ordem racista e, de certa forma, sexista, simbolizando
conquistas que seriam naturais em realidades não tão desiguais como a nossa.
Mulher, negra, baiana, culta, sacerdotisa que, ao se sentar em sua cátedra
destinada aos letrados, dá assento às nossas ancestrais, muitas que não
dominavam o código escrito vigente, mas que de outra forma também se exerceram
como lideranças sociais e intelectuais.
Um privilégio para o Brasil ser
marcado pela experiência da Iyá Stella, Odé Kaiodê; motivo de orgulho baiano
para se reconhecer a importância da mulher negra e de candomblé no processo
civilizatório deste país, que depois de muita luta, começa a se flexibilizar
diante da inevitável majoritariedade
negro-humana entre nós.
Com a chegada de mãe Stella a ALB
deixa de ser uma simples simbologia do nosso grande letramento e, assim, por
conta da nobiliarquia religiosa dela, passa abrigar a realeza de mulheres como
Menininha da Gantois, Zulmira de Nanã, Senhora de Oxum Miwá, Gaiaku Luiza, entre
tantas outras, que dão prestígio e sacralidade a este espaço, dantes meramente
acadêmico.
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