Não é tom de misericórdia
É a imensa alegria.
Esta descoberta que se renova
Nas linhas que me denunciam
O crime pesado pelo qual
Não posso pagar.
É o arranhar vocal de Billie
Na melancolia do escritor
Impregnado em mim.
Ele, Deus.
E eu?
Além do ponto
Batendo em sua porta
Que se abre sem formalismo
Sem cobranças.
O homem menino
Frente ao menino Deus
Ambos forasteiros em tudo
Sem chão e cidade.
Ele transcrito no livro
Eterno à qualquer idade,
E eu embriagado dele
Um tipo de memória amorosa
Que nunca me deixa em falta:
Revivo.
Literariamente.
O meu bater à porta
Em gritos de aleluia.
Eu te percebi
Entre Clarice e Hilda,
E Caetano,
Você tão para mim
Feito a verdade
Que me asas a escrever.
Meu melhor silêncio
É saudade.
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