Entre tantas
promessas que me fiz e acontecimentos inesperados em minha vida, este livro é
fruto de uma grande vontade e força que exerci para pesquisar o tema e viabilizá-lo
como resultado de uma pesquisa acadêmica.
Tem a feição
da minha alma e é fruto da paixão que sinto por Oyá e Maria Bethânia. Também é
o brado da minha insistência de como quero me expressar para o mundo, ocupando
um espaço tão hostil, a academia, sem sair das verdades e das dúvidas que me
impulsionam a pesquisar. Apanhei e bati demais. Fui ridicularizado por colegas
que estavam do meu lado, fui tratado como um arremedo de artista e poeta
querendo ser cientista, um antropólogo, pesquisando temas "menores"
que não caberiam no universo da intelectualidade - assim alguns me disseram.
Mas o vento
e a paixão me guiaram: lembro-me de Queila Oliveira, Paula Janaína e Carlos
Barros, me incentivando numa empreitada que não foi nada fácil.
Mas eu
consegui cumprir minha promessa de antropologia e homenagem a Oyá e a Bethânia.
Encontrei amigos como Fabricio Mota atestando meu escrito e alguns professores
de suma importância para esta efetivação... O projeto Sons da Bahia me chamou a
fazer parte da coleção com o meu Oyá-Bethânia: os mitos de um Orixá nos ritos
de uma Estrela e o FazCultura do Governo da Bahia patrocinou a obra através da
investida luxuosa e de qualidade da Editora Pinaúna.
Não é fácil
viver nesse instante brasileiro, estamos perdidinhos e mergulhados em nossas
feiuras, agindo mais para desqualificar do que incentivar e isso em todos os
lados e direções, o que faz com que tudo piore ainda mais.
A poesia é
minha ponte levadiça, meu espelho e reflexão, minha vontade de ser, minha
inserção no mundo da beleza e meu desaforo. Cansado das ordens estruturadas e
estruturantes que não permitem a respiração e a transformação de seja lá o que
for. A arte é tão importante quanto o conhecimento científico ( em mim, ela é
muito mais significado), ela me mantém vivo como consumidor e criador de
dizeres que desenho da maneira que aprendi e escolhi desenhar. Tem a ver com
respeito. E é multiplicidade, contudo.
A poesia é a
minha maneira de experimentar - é o meu modo desigual e tosco, muito confuso às
vezes, mas sou-me na imperfeição.
Este livro é
à beleza como busco, de maneiras toscas, vicejar a favor de uma vida mais
expressiva para mim e para quem desejar.
Meu jeito de
ser imperfeitamente delicado. Desde a ciência antropológica até o espraiar do
que me convida como Arte.
Um comentário:
Parabéns pelo iluminado projeto. Muitas pessoas podem tentar desqualificar a cultura popular e as identidades que não respeitam ou não reconhecemé isso não tira o seu mérito... Siga meu caro, seja forte como os ventos de Oyá,preciso como a flecha de Odé, poético e espetacular como a obra de Bethânia.
Abraços
Márcio Marins
(41) 91091950
P.S. Como um apaixonado por Oyá e Bethânia (assim como você) estou ancioso para ler.
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