domingo, 17 de novembro de 2013

A tal liberdade


Eu tenho escapado do deserto daqui
de tudo que é fala
tudo que é silêncio.

Me sobra a maneira
desajeitada desta fuga
desavisada por não saber de mim.

Outro dia limpei minhas mãos
e evitei os sonhos...

Outro dia me disse
versos insanos ao espelho
para ser segredo
e seguir sem identidade.

Rasguei a roupa limpa
e vesti a imunda,

sequei os olhos de sabores
ingênuos e inconclusos
para a medida do que
me é mais certo:
perder-me por aí
sem ter onde ir
seguindo os rastros 
da tal liberdade.

SSA, madrugada de 17/11/2013

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