Charcos lunares se abateram sobre
mim. A intenção era dormir para estar no sonho. Bem madrugada de 19 de janeiro
atemporal. Acordado entre o orixá na cabeça e o desejo na boca. Fome. Sede.
Vento no centro daquele calor. Hoje. Lugares noutro especial: eu lia os olhos
negros que não me viam em um terminal de Paris. Escrevia para cessar minha
fala; subtraia, somava, mas não dividia. O calor. Tessitura de uma escrita
normal para abraçar o silêncio. E a lua me absorvendo como canção como cinema.
O olho cansado das buscas para a boca ávida sem me deixar dormir. Medo. O
especial do lugar que não esteve: olhos negros cruéis tentadores numa dança sem
Carnaval ou sem alegria, com poesia, na lembrança restando Paris.
A lua trouxe para mim o nome
daquela cidade,
o domingo me despertou domingo...
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