quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Do menino que não sai de mim
Ele me habita ora desabrigado ora me abrigando.
É a minha face mais eterna.
Louva os desertos naqueles olhos deles
Que só sabem espelhar o mar.
Triste e sereno
Escrevinha horizontes para si
E para os outros ele mesmo.
Seu sorriso é ferramenta
E testemunho;
Sempre soube pouco da vida
Mas inscreveu-se nas maneiras
Do amor.
Um menino d'alma
Uma criança d'água
Um infante do ar.
Entre tanta esperança
Nesse silêncio daqui,
Ele vibra e grita
Acordes dissonantes
Por onde afina-se
Com a cor do dia
Do lugar onde nasceu.
Um negro azul
Na tez que embranqueceu.
O castanho dos olhos
Fulgura sua graça à sedução,
É o mimo lançado
Para quem conquista o seu carinho.
Menino de muitas paradas
No trânsito dos sozinhos:
A multidão o persegue.
E ele segue com o rosto
Da fotografia escondida
Sorrindo com esta brincadeira
Nomeada viver...
Venta porque ar
Adequa-se porque água,
E no labirinto da sua dor
Acha o caminho da felicidade
Porque se fez livre
E eternamente menino.
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Da consciência
Consciência minha: obrigado por
saber onde dói em mim, onde tenho alívio e onde sou puro prazer. Obrigado por
clarear minhas imperfeições e aprender com a dureza do necessário convívio.
Obrigado por me confrontar com minha vaidade, certa arrogância, violência ora
física ora verbal; obrigado por me fazer ver e, mais que tudo, por me deixar
sentir.
Cansado dos semi-deuses
espiritualistas ou dos super- humanos materialistas, quero a agência da pedra
do vento da areia e escorrer sem os alongados discursos de quem teoriza ou da
prática vazia de quem se esconde: ser, eu quero, mesmo que pesando sobre mim
mesmo.
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Poema em Linha Reta
domingo, 6 de outubro de 2013
Aos pés do Pacífico
(Foto: Iuri Bob Ramos)
Estou alinhado ao agradecimento
molhado na beleza do mar
em sua forma Pacífico.
Canto por 04 de outubro
e sonho transversais alegres
que me tiram destas retas
que se repetem.
Tristinhas.
Contudo,
sempre Iemanjá comigo.
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Poesia
Fora do rascunho
Quem dera me fizesse melhor
E pudesse sem pressa
Acertar minha poética
Feito língua querida
No mamilo do seu peito
E, assim,
Fora do rascunho,
Escrita definitiva correta,
Me levar ao seu coração.
Antropologia da beleza
Faço sentido quando escrevo. É como
se desenhasse imperfeições que me traduzem. Faço silêncio quando escrevo. É
como se orasse do pensamento entre rotinas sagradas e profanas. Faço barulho
quando escrevo: é como se gritasse. Um grito desiludido com o que assisto sem
entender e sem saber explicar. Só não gosto porque me artificializa demais,
adoça demais meu tempero que gosto mais sal que açúcar.
Escrever é o dessentido que me faz
viver para além da ordem de querer ganhar dinheiro, ou quem muito sabe, fazer
outros sistemas com outros fetiches que garantem poder. Escrever me é a
transformação que domino de mim para outrem, na língua que me obrigo a querer e
com a qual recupero minha vontade de falar: para estar e para ser frente a essa
máquina de artificialidades chamada humanidade... Centrado no que não me é
humano também. Banhado na ilusão da escrita, sem o sentido dos fetiches
capitalistas ou socialistas, indo desbragadamente ao encontro da beleza.
Faço sentido quando poesia erguida
a favor de uma antropologia da beleza.
No resto: não estou e não sou.
Pisco
Pisco,
o pensamento canção em disco
chiando entre alegria e saudade...
Pisco,
na vontade de reter
a beleza que passa...
Pisco,
à espera do que me faz beber
dançando o saber que se anuncia.
Pisco,
porque melhor não podia ser.terça-feira, 1 de outubro de 2013
Marlon e Neruda
Estive lá:
La Chascona
E a poesia se fez
O vigor de mim.
Choro para além
E me perco no
Olho vesgo do meu sonho.
Aquático
Lunático
Estagnado
O que vejo
É Neruda me ensinando
O Chile que jamais
Sairá de mim.
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segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Vale Nevado - Chile
Viajar nos convida a ver o quanto somos diversos e pequenos
e do quanto somos capazes de ser e de estar em si e com os outros.
domingo, 29 de setembro de 2013
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