quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Trazendo pra perto

"O meu amor conhece cada gesto seu
Palavras que o seu olhar só diz pro meu
Se pra você a guerra está perdida
Olha que eu mudo os meus sonhos,
Pra ficar na sua vida"
 
 
É só fechar o livro para instalar-se o deserto; evitar o banho, sair da janela, apagar a luz e o som: tudo se modifica e deixa a falta de graça. A memória pirraça e os reflexos vários confluem para a imagem dos olhos seus...
É só dever ao tempo, sair pra trabalhar, lamentar, correr, ficar entre turbas, não ter o que dizer ou assistir,que eu perco o sentido da vida, me afogo no excesso de água existente em mim.
É só ter o que escrever, ter o  que gritar nas entrelinhas frente ao espelho, caçar pistas no espaço virtual, pensar em "eu te amo", que a vida desaba sobre mim. É só lembrar da leveza, da delicadeza, da doçura, do cheiro  que, - o fio cortado pelo tempo-, retorna o desejo lhe trazendo pra perto daqui.
Instante da balada que gruda. Fagulhas do bem simples que se torna sublime pela força do amor que sinto. Meus olhos cegos com sua ausência ouvindo o que  eu te diria na voz da cantora saindo da TV.
O seu habitar na correnteza do meu sangue, dominando meu sono, me ditando os sonhos; o meu despertar perverso que revela a sua inexistência.
Inexistência humana no inumano amor que guardei pra ti. Eternamente.

Um comentário:

Márcia Liguori disse...

Oi Marlon,
Seu blog me foi apresentado por um amigo que temos em comum.
Acabo de começar o passeio por seus pensamentos e já me vejo encantada com sua sensibilidade e poesia.
Tens o dom maravilhoso de colocar em palavras os sentimentos e emoções, tão seus, tão de todo mundo.
Adorei este texto!
Se me der licença, estarei sempre por aqui, a me deliciar entre teus textos.
Abraço