domingo, 4 de dezembro de 2011

Feito em película


Uma semana que se prolongou em imagens cinematográficas, trazendo tudo que acrescenta vida: lágrimas, risos, perguntas, respostas, sonhos, tesão, saudade, loucura, criatividade, emoção. Uma semana vinculada ao que mais interior pode ter em alguém que tenta encontrar. Surgiu Cinema Paradiso como recurso didático numa aula de antropologia, história e literatura; surgiu outra narrativa argentina pedindo coragem; a imagem de Zé Celso me pondo na oficina do ser, meu teatro como absurdo e por fim: Triângulo amoroso, ainda que em alemão, sob o impacto da frieza alemã, veio cheio de beleza numa espécie de história inusitada talvez, que eu gostaria muito de viver.

Tudo me sendo muito íntimo, num fora pra dentro, projetando, imaginando, riscando, eu querendo. Desdobramentos das histórias assistidas me mergulhando naquela saudade gigante mas que ainda pode ser vencida, ainda posso rever o castanho, ouvir a voz, silenciar junto, ler a letra e abraçar. Abraço feito película. Modos de contar o que mais profundo em nós habita. Narrativa fílmica roteirizada  a partir do amor que se inventou em mim.

Uma semana findando-se no vermelho de Santa Bárbara, num domingo de outra semana, nos fogos de Oyá, na bagunça dos infelizes, e na glória dessa esperança que não me deixa, do verde que acredito, o meu azul no dele, a beleza depressiva de Recanto Escuro no instrumento de Gal, a falta da água do mar no meu corpo, projetos que não sei mais, batidas na porta da frente, uma camisa como amuleto, o sonho mais verdadeiro, provas para disputar, cansaço, um CD tocando distância, o nunca como sempre e o rosto meu travesseiro.

O nome escarlate mancha de azeite na minha roupa branca - enfeite confete purpurina -, dígitos perdidos para o telefone sem fio; imagens cadafalso na tristeza bravia e o que seria um cinema novo Bahia na poesia de um encontro que essa semana passada encerrou nas págidas marcadas dos filmes que assisti, clama o beijo que não dei.

Mesmo a história sendo a mesma, remake cinematográfico, o século já é outro.

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