segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Minhas tardes com Margueritte


Dois incômodos me acometeram, de início, ao assistir esta película: a claridade na legenda, lá na bela Sala de Arte, no Cinema do Museu, na Vitória (SSA-BA), e o peso pesado de Depardieu, me vi pesando como ele. Sem esperar muito, veio a vida prosaica do interior da França, comum em assuntos universais que encontramos em qualquer lugar do mundo; vieram as temáticas humanizadoras, veio ela, Margueritte, em seus 95 anos, a derramar doçura e sedução, tendo como aliadas a famosa elegância feminina francesa e a literatura. Fui marcado de profunda emoção pelo simples que compõe a vida; marcado por palavras e ensinamentos que nascem da arte e fazem a vida mais colorida e com sentido. O sentido de deslumbrar-se.

A beleza ali numa história de amor incomum. Um homem bem mais jovem, redimensionado por aprendizados literários ( livro salvando!), pede a uma mulher de 95 anos: "me dê um pouco mais da sua vida". E a gente chora, como estou chorando agora, e sai mais feliz mais reflexivo mais ciente de um filme como esse, do que como aqueles que prezam pelas inteligências robóticas.

Não, quero chorar, ler livros e ter minhas tardes com Margueritte. Por favor, não percam.

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