Tem hora
que é só um humano. O ronco da admiração acelerada em paisagens da mitificação.
Outras horas, é o país. Mesmo que representado pela glória ou pela excelência
de alguém. Também tem a hora da coletividade quando assombrosamente ocupamos
ruas e esquinas por mais dignidade. E, às vezes, casam a pessoa, a excelência,
o país e a Gloria.
Estou
enfeitiçado pela narrativa simples do filme de Bruno Barreto, Flores Raras; eu
que já tinha lido o livro e adorei, agora me comovi com a história posta em
imagens pelo cinema.
Lota e
Elizabeth. Arquiteta e Poeta. Brasileira e Estadunidense.
As duas:
Gloria Pires e Miranda Otto nesse desenho meu de grande admiração. O fazer que
é para além do perfeito: a arte de ser e de convencer quando o assunto é
dramaturgia. É poesia.
Vi sentindo
o peso do tempo e com medo da falta de tempo pra mim. Invejei o poder da
sofisticação gerada pelo privilégio de se ser bem nascido. Ou seja, rico para
isso que significa capitalismo.
Uma
história complexíssima sobre amores homossexuais; a mais óbvia verdade: não há
mistério no perder. Perde-se e pronto.
Confesso:
vazei de dor e visualizei melhor, dali na tela, como o amor, em suas
ramificações românticas ou não, ficou para longe de mim. Tremi de frio nas
lembranças mais porcas que gerei, nas ingênuas, nas quase vividas, nas vividas,
nas caladas e pensei: como se prossegue, meu Deus, com medo da perda e do
desespero de que nunca haja encontro?
Gloria é
nossa glória brasileira...
Agora, quem
inventou Miranda Otto? Não foi Hollywood, com certeza!
Querendo ou
não: agosto é de sangrar, ao menos, pelo viés da arte.
- O tempo não para e nem para o meu pensamento. Por isso, precisamos todos da morte.
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