(Foto: Dôra Almeida)
Ela nos possibilita fruir a música
com todos os sentidos: meu
olfato me fez sentir emissões daquela voz com mais clareza
que
minha audição. Eu vi o cheiro do canto dela.
Eu recebi com o tato os agudos e
viajei degustando a beleza no
palco que a cantora traz...
Eu dancei , como sempre, naquele
repertório de Gal que Claudia
navega como se originalmente fosse o seu.
Eu me perdi em muitos pensamentos a
favor da arte.
De novo: ela ali. Pleno movimento.
Canção renovando-se-nos.
Reinvenções.
Alta estética em restos de
Carnaval. Conto clariceano.
Plateia espelho da sereia. Eu
sonhando.
Vê-la é adentrar possibilidades:
diversão, criatividade.
A Bahia viva aqui nos acordes da
minha incansável esperança.
Uma praça amadiana lotada em nome
da mulher,
para ouvir esta voz...
Eu vi o som e agarrei a beleza em
águas e águas e águas sobre a
terra fecundando.
Minha incansável esperança se lança
a exigir que esse canto
floresça
em jardins auditivos espalhados
pelo mundo.
Nesta noite 8 de março:
eu comi aquela voz!
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