Num instante da linguagem que desenho para ser o que não sai de mim: memórias. Narro as entrelinhas dos sentimentos mais viscosos e deixo palavras que perguntam. Batendo no peito à razão do insucesso. Gostar nunca deveria ser assim. Passar o tempo poderia ser inscrição nalgum sorriso se permitindo a mim. A morte é o que tem mais hora e, no mundo, alguém me lamentará?
Vão aqui o meu silêncio e a minha comoção num notívago mar que vejo; meu corpo é ardente desejo combinando com o calor da cidade que me habita. Meu centro é de pedra e minha vida uma longa ajuda como sentido. Estou e sou nesse vazio. Ao redor que me preocupa. Gente que me assusta. A voz diluída do bruto amor que me teria sido. E é atemporalmente.
Rabisco meu rosto na areia para intensificar minha fala sobre mim. Quantas direções para minha necessidade em ser feliz. Por que só me foram marulhos da ilusão? O que pesco dos meus sonhos se assemelha com o sim que quase dizem para depois ser tão somente não.
Narrativa em cinza em letras intra da emoção: sendo o mais azul de todos. O triste que me fascina. Saudade sem explicação. Futilidade aliviando a solidão e meu nome sagrando o muro branco das publicações. Guardo tudo numa página de um livro de água e como chocolate. Tenho flores dentro de casa e pétalas vermelhas dentro da alma: nunca soube me libertar.
E sobrevivo da desordem de mim que me impulsiona sempre a recordar, ruminar, imaginar, ceder, chorar, dançar, calar e beber... Vivo do que esboço aqui: esta estúpida tristeza que me conduz à alegria apesar de.
2 comentários:
Querido Marlon, pode acreditar, nunca fui muito fã de poesias, mas para mim é inegável o que você com sua sensibilidade e alma poética, tem alcançado neste coração que muitas e muitas vezes, se considerou objetivo.
Te agradeço pelos envios dos seus poemas, que ao ler me deleito num prazer imenso,e que aos pouquinhos este coração que se considerava longe de ceder a poesia, agora fica na espera de qual será o próxima que vai chegar.
Obrigada querido! muito AXÉ .( Oliva)
Oh, querida. Isso me incentiva: quero aprender a escrever. Mas aqui não é poesia não... Sou eu sentindo, terapiando, nada das armaduras da literatura aprovada. É minha alma às vezes chorando. Beijos e obrigado, muito.
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