Desesperador não ter a palavra que traduz o delicado nos olhos seus. Não ter acesso a magnitudes verbais, e que no mínimo, na feição do mais simples, revelem em você o que seus olhos causam em mim. Não ter palavra é viver sem asas à procura de ajuda e transporte; à procura de ventos mais fortes que instaurem a mudança: você aqui.
Quantas esquinas e não. A palavra faltando como o sem dente no sorriso que preciso dar. Chove e está quente e aquele delicado começa assim. A beleza imprecisa do urubu voando para cumprir e cuidar da natureza. Esses seus olhos sobre mim.
Não ter é tão perverso quanto ter demais. Seu delicado é o meio disso que me escapa aqui. O desenho da sua escrita que me contamina de volúpia pelo contrasenso de ser toda ternura e escorrer de você. Sede de suas zonas mais secretas e o amor sem saber.
Deve existir a palavra e ela foi é será invenção sua. Invenção dos olhos seus. Não sei se poderei encontrar. Mas, nesse calor do desejo, beijo sua letra e lhe recito pra mim como criança se divertindo com seu melhor brinquedo. Minha trajetória é para além: "eu amo o longe", bem ali onde encontrei você e perdi.
2 comentários:
marlão...
você está demais. incrível. me deixa com um acerta invejinha, qu elogo vira um orgulhão de ter vc como um dos meus poetas preferidos.
tua exuberância é algo que me toca. consegue ser tanta e não ter sobras.
gde abraço
serginho guerra (tentando respirar sem o mundo me doer aqui)
Meu querido,
Vc nem imagina o quanto sua palavras me comovem... que honra pra mim fazer parte de sua seleção poética.Saiba: atingi um objetivo, alcancei a titulação: tocar em gente como vc. Obrigado,muito. Mas tente doer menos pois vc merece rir mais. lembra: "é melhor ser alegre que ser triste". Beijos.
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