Eis que me espanto mesmo fazendo silêncio. Meus olhos atraem
a lua para iluminar e estacionar o deserto das Boas Festas. Caminho pelos meus
próprios olhos que transveem a chegada
sem horizonte. Paira um rosto no pensamento, mas a razão apaga, evita o
tormento e a lua mais se irradia. Clareza na clareira da melodia que nunca vou
tocar. Mudança dos ventos e o pensamento deve cessar...
De certo, hoje terei insônia, contudo, eu dominarei a noite
despido de mim mesmo e talvez numa outra versão, noutro personagem, a saudade
seja menor que a desilusão...
Aparo arestas. A cidade do Rio de Janeiro no íntimo de uma
voz. Correntezas marítimas no verde frescor de outra cidade. A alma é o Rio. E rio
de tristeza e desejo como uma canção de Caetano. Vivo – instante em tons
pastéis; meio impressionismo, muito surrealismo, nada a declarar... Marcas do
gostar que não cabem; talvez feito à dor de Dolores Duran.
Retrato na parede do peito, velocidade, as costas como adeus!
Ouço do cais, eu marujo sem tempo, forasteiro, indo até...
Sinal sem movimento. Escrita para encerrar. Só o novo mais
novo pode salvar. E o tempo é aqui: agorinha de mim frente ao espelho. Feliz
2013.
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