domingo, 23 de dezembro de 2012

Feliz 2013


Eis que me espanto mesmo fazendo silêncio. Meus olhos atraem a lua para iluminar e estacionar o deserto das Boas Festas. Caminho pelos meus próprios olhos que transveem  a chegada sem horizonte. Paira um rosto no pensamento, mas a razão apaga, evita o tormento e a lua mais se irradia. Clareza na clareira da melodia que nunca vou tocar. Mudança dos ventos e o pensamento deve cessar...

De certo, hoje terei insônia, contudo, eu dominarei a noite despido de mim mesmo e talvez numa outra versão, noutro personagem, a saudade seja menor que a desilusão...

Aparo arestas. A cidade do Rio de Janeiro no íntimo de uma voz. Correntezas marítimas no verde frescor de outra cidade. A alma é o Rio. E rio de tristeza e desejo como uma canção de Caetano. Vivo – instante em tons pastéis; meio impressionismo, muito surrealismo, nada a declarar... Marcas do gostar que não cabem; talvez feito à dor de Dolores Duran.

Retrato na parede do peito, velocidade, as costas como adeus! Ouço do cais, eu marujo sem tempo, forasteiro, indo até...

Sinal sem movimento. Escrita para encerrar. Só o novo mais novo pode salvar. E o tempo é aqui: agorinha de mim frente ao espelho. Feliz 2013.

Nenhum comentário: