segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Pra onde se lançar


 
Cravo-me no verde dali. E sangro esperança. Todo dia igual, eu que resisto, que insisto ternamente, que caminho alone sob a força da minha própria luz, eu pergunto: pra onde se lançar? Que papel devo cumprir em mim para ser melhor assistido? O que vai durar?
 
O sol fugindo não responde e sonho comigo solto no mundo, perdido, distante. À luz verde que nasce e morre em mim. À espera daqueles acontecimentos que desenhei, depois do medo, aos 11 anos, criança ao monte, tanta dor e perguntas, no círculo da fé que me habita, e minha existência existindo.
 
Surrealmente, eu sou o que se permite. Meu peito se lança a delicadezas para o amor. Apesar de não saber amar, eu sou todo amor. Repito gritando de uma cisterna, cheia d'água, e eu quero me afogar.
 
Da janela do Rio de Janeiro: medo não mais há. O tédio é desvelo, pois o que me iluminou, não foi e me lançou ao dessentido de estar... Sobrevivo ouvindo a música. Chet Baker. Paz em horinhas de voo. Memórias fresquinhas. E meu futuro continua a ser agora.
 
Assino-me em Fé. Só aí tenho como me lançar.

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