Há uma necessidade imensa de ficar longe das multidões; também, longe dos grupos barulhentos. Esse feitiço de abrigo e dor que a poesia dá dentro da falsa sensação de vencer o tempo e eu estive aqui. Em fragmentos literários, respingos clariceanos, a mensagem Pessoa, Rimbaud me tomando de assalto, e tantas palavras infantis re-imaginando a poesia mais amada.
Estou no caminho a caminhar meus escritos e assertivas para bem dizer os tormentos que sinto. Que tempo pesado é esse que me nega a mim mesmo? Meus olhos para a Torre Eiffel, minhas mãos na superfície do mar da Bahia, meu eu desalojado de tudo, meu corpo sem Carnaval, e o pensamento me traindo naquele... Poema dentro de um livro de água. Sonho gostoso ao sol tropical do meio dia sem ventiladores. Meu sorriso entregando-se-nos. A sede do jornalista vestindo o raciocínio do antropólogo. Mas tudo que é maior em mim, me transforma em poeta.
No caminho a embaralhar as cartas e a rasgar os mapas; nego aquela voz mas ela me domina e me reacende quando, de verdade, eu a escuto. Meu sorriso servindo de janela. E eu dialogando com meu medo inteiro no desalojar da minha vida sem morada...
Ruas da minha imensidão naquilo onde sou mais rico: liberdade. Tudo que se ergueu em mim, me fez melhor que feliz, me fez livre. Amedrontado com as negações, mas livre para delas me apartar.
Nas manhãs, tardes, noites desse caminho só a fé, as palavras feito arte e a música não me desacompanham... O amor é a composição dos rastros que vou deixando; é a melhor inspiração nos olhos que me entregam; melhor bebida e comida; imaginação e saudade; é poema; só é Amor.
2 comentários:
sou assim, prefiro também instantes de ilha, multidões nem sempre são boas alegrias
Lindo texto.
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