sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Continuum

(Marlon Marcos)


Não é uma expressão da vaidade. É um diálogo com a imagem no tempo.

"O tempo é como um rio... água limpa que não volta".

Delicada alusão a mim mesmo frente ao feitiço do espelho. Fala sem significação. A verdade banhando-se no rio. O proibido mordido. Caminhada em pegadas alheias. Vontade. Vazio.

"Peguei um Ita no Norte".

Volto a qualquer lugar quase. Temi o mundo da minha janela. Despedaço palavras falando errado e salvando a escrita. Alimento. Obra perdida. A bagunça e a esquina. O corte. Escape. O vento.

"Dentro da mar tem rio".

Iludo-me mas sigo. O tempo me arrasta com ele e faço de mim novilho. Aprendo. Amarga tortura. Disfarces. Sorriso. O peito aberto fabricando sal. O que mais preciso: abraço...


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