P/Michelle Cirne
Nada de me por contra o melhor que trago. Contra ao que me conserva os sonhos, a vontade do encontro, o deslumbramento, o sorriso matinal, as orações e os poemas noturnos. O que me veste e despe nos caminhos contraditórios da vida, quando insisto em não deixar de ser e mantenho, por pirraça e doçura, a esperança em viver.
Nada de blasfêmia frente ao espelho, frente ao medo que a solidão dá, frente ao desespero de assistir o tempo passando. No fundo, quem passa sou eu e não vou sozinho. Vamos todos nós juntos. Cada qual no desenho de vida que o seu melhor escolheu.
Em mim, o melhor é amor que nutro com poesia, música e cinema; com a ternura que sinto pelo mundo, numa vontade em paz de querer abraçar, aninhar neste misto de candura e desejo, às vezes também sexo, muitas vezes só fraternidade.
Nutro-me de amor com a mesma matéria que me faz doendo desamar : gente. E satisfeito com esta condenação, alcanço o lugarzinho que idealizo no mais íntimo de mim, e perfilo em impressões, o que vivo ou finjo sentir.
Bem acima: o amor.
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