sexta-feira, 13 de julho de 2012

Não pode haver falta

Nisso tudo que eu já disse e encerra os lamentos e serena este instante e promete o presente. Não pode haver falta; a chuva invade a casa da sua imagem onde também mora o meu pensamento. Não pode haver falta. Os dias estão resolutos e seguro na mão do futuro inexistente. Só sinto agora e não pode haver falta. Molhados eu, você, nossos planos. Aqui e agora. No já dos seus olhos que me é tão pouco. Quero o peso do corpo e seus suores; a palavra pronunciada de ânsia e de verdade, vencendo a saudade que não nos apartou. Não pode haver falta. Eu no espelho do seu receio e o desejo que fundamos. O tapete mundano conduzindo as viagens no sonho e minha boca calando ao embalo do seu movimento. Não pode haver falta. Digo de dentro com você por fora. Hoje. Toque de misericórdia neste encontro. Vidraça respingada de água meio lágrima meio chuva meio sêmen: não pode haver falta.

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