domingo, 29 de julho de 2012

Plágio



Está arranhando a minha imaginação o relevo áspero do seu poema. Áspero mas raro, feito pela peisagem selvagem entre águas e pássaros conduzidos pelo sorriso feliz de alguma criança. Tem êxito a escrita que leio, e me vejo, e lhe procuro. É seu mas sou eu - cavalgando as lonjuras onde não saberei encontrar; não saberei realizar o que lhe peço que faça por mim.

Arranha e acompanha minhas noites insones. Quanta água dessa escrita molhando o deserto de mim! Quantas paisagens sem a secura do que me proponho. Leio e é sonho o que sinto. Um tom azul na tez branca do lugar. Um tom verde em espiral como espuma a tocar nos pés da gente que enfrenta o deserto.

Um tom musical no precioso ritmo da sua escrita nos pondo no movimento cheiroso das marés. Sinto o cheiro destas palavras: amarílis vermelhos e rosas amarelas; salsa com gotas de limão; morango e ameixa; bacalhau coberto de felicidade.

Como cheira! E minha alma vibra e dói na beleza que está em cada palavra sua que se junta para delatar a minha impotência.

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