sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Das janelas

Sentir dor nas costas e temer a morte. Lançar-se a loucuras, correr riscos bobos e infantis para perceber-se vivo, se amedrontar como criança com um pouco mais de quarenta, sentir febre num calor de 32 graus, tontura como charme, esvaziando à força o peito gritando sentimento, sombrear-se, sobrar, vagar e ir, pela reta da solidão.

Preferir o vazio do não sentir para ter a paz que derruba ao chão. Descaminhar o desenho sem sentido, externando a história de uma vida. Ser pura entrega frente ao constante e contínuo não promulgado pelo mundo; pura entrega e perguntas para respostas em não. O estar neste mundo.

Cena de cinema. O olhar profundo arquejando um coração. Boca agressiva a outra boca do não; procuras dentro do silêncio empurrado ao romantismo ou fanatismo ou insatisfação. Cores crepusculares. Invulgares no dizer do querer que vive aqui. Romântico para um amor que ainda dorme noutro país, à luz da lua, rodando no espaço da querência, incerto; soturno, amor amedrontado, dormindo o profundo sono da grande confusão.

E os olhos o assistindo do lado de fora da janela.




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