segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Eterno


 
Eu só consigo sentir o mundo à maneira dos românticos. Meu tempo se guia numa constante adolescência que azuleja noites e dias. Tenho a tristeza que cria buscando a alegria vital. Sorrio para o mundo e traço admirações por gente, e no mais: idolatro o mar.

Longe do carnaval. Quero o panorama do silêncio me vendo em outro olhar. Minha procura é infinita. Finda-se quando não há em quem pensar. E penso noite e dia quase sem dormir; se durmo, penso ao sonhar... Meu tempo é vácuo vazio, o significado são poemas alheios marcando a pele da dicção que não tenho.
Liberto-me  na palavra. Vou até a inutilidade da palavra para me sentir preciso. Quero a precisão dos que creem; quero o impasse dos que creem. Também quero a atitude dos descrentes, já que a esperança também me dói. O amor é o compasso que me restou. E escrevo de amor, respiro amor, sobro por amor...
Ao vento.
Ouço a música dos gênios. Existem vozes de mulheres que sou eu ecoando: a arte compensa esse meu instante  à vida de tanto pesar. Existem vozes de mulheres que são a minha leveza. Apesar de tanto desconforto – eu sei onde a beleza está. Contamino sua nascente com perguntas. Na beleza não há certezas, só possibilidades.

Sem mais esperar, toco estrelas na oração que nasce e como síntese de tudo que fui: me guardo à memória  aquática de um blog que ninguém lê.

Mas já aprendi a ser eterno.

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