Eu só consigo sentir o
mundo à maneira dos românticos. Meu tempo se guia numa constante adolescência
que azuleja noites e dias. Tenho a tristeza que cria buscando a alegria vital.
Sorrio para o mundo e traço admirações por gente, e no mais: idolatro o mar.
Longe do carnaval. Quero o panorama do silêncio me vendo em outro olhar. Minha procura é infinita. Finda-se quando não há em quem pensar. E penso noite e dia quase sem dormir; se durmo, penso ao sonhar... Meu tempo é vácuo vazio, o significado são poemas alheios marcando a pele da dicção que não tenho.
Liberto-me na palavra. Vou até a inutilidade da palavra
para me sentir preciso. Quero a precisão dos que creem; quero o impasse dos que
creem. Também quero a atitude dos descrentes, já que a esperança também me dói.
O amor é o compasso que me restou. E escrevo de amor, respiro amor, sobro por
amor...
Ao vento.
Ouço a música dos
gênios. Existem vozes de mulheres que sou eu ecoando: a arte compensa esse meu
instante à vida de tanto pesar. Existem
vozes de mulheres que são a minha leveza. Apesar de tanto desconforto – eu sei
onde a beleza está. Contamino sua nascente com perguntas. Na beleza não há
certezas, só possibilidades.
Sem mais esperar, toco
estrelas na oração que nasce e como síntese de tudo que fui: me guardo à memória
aquática de um blog que ninguém lê.
Mas já aprendi a ser
eterno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário