Se não consigo esquecer, que eu lembre pela eternidade. Seja eu essa saudade, ou essa vontade de segurar nos braços. De tocar e sentir no dia a dia que trago a arte pra mim. De assistir num livro, me perder sem destino à luz daqueles olhos que não sei apagar. Ler num filme em trilhas do encantamento. Bater imagens como se fossem tambores e ter-me naquela cor espelhando a minha alma.
Se não consigo esquecer, que eu me cale. E siga numa espécie de vazio preenchido. Pois o sentimento é meu, a lacuna é minha, e neste movimento: a ânsia pode virar inspiração.
Se não consigo esquecer, seja-me a lembrança a salvação. Que ela não me dê falsas esperanças, mas que eu saiba seguir, compreendendo os limites entre o meu querer longínquo e o querer convenção do outro.
Se não consigo esquecer, ao menos eu saiba existir, e por dádiva, alguém também , às vezes, lembre-se de mim.
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