sábado, 24 de setembro de 2011

Dias nublados no sábado de Salvador


O céu de Salvador, nesta manhã, está nublado com muitas possibilidades de chuva. O mar da Baía aparenta calma. As ruas do Centro sujas, os prédios insatisfeitos; falta coragem aos transeuntes; um lugar piorado quando não se pode reunir para beber e conversar com amigos. A cidade está ameaçada também por muitas doenças. Falta dinheiro no sorriso amarelo dos governantes? Venta na cidade que ainda é um sonho de felicidade. Apesar da dor, há um gosto de liberdade no ar sem purificação. A cidade. Paisagem linda que nos faz, talvez, pouco exigir. E a gente vota errado, tendo só errados para votar. Êta tempo nada porrêta: mergulho em Capitães da Areia, o livro, para ensaiar o filme. Preciso de sorte, terei que descer o Elevador Lacerda. Meu Deus, o Senhor há, um prefeito com o signo da morte. Minha vida em coletividade só pode ser definida pelos Mandos do deus Futebol; meu esporte favorito é o Vólei e nasci sem valer nada.

Mas hoje é sábado que tem a cor da Fé. Insisto assim. Presumo assim e saio para a vida como num filtro de gente. Eu escolhi. Ouço música, rasgo retratos, apago poemas, recito, rezo e danço para os Orixás. Leio. E prazer. Encontro também. Cinema. Festa das Iyabás.

Oxum e Iemanjá e Nanã dançam hoje! Agradeço está vivo ainda que entre as durezas deste tempo na Cidade da Bahia. Sei que se tem de morrer. Já morri várias vezes mas a derradeira também vai doer.
Cidade de sábado, minha Bahia. Queria perfumá-la, reimaginá-la com palavras do poeta da delicadeza, transformá-la sem danificar a essência, tê-la mais negra com a cara da miss Angola 2011, trazer antigas festas e querer dentro dela e realizar nela e ser por ela... Bahia que não sai de mim. Força que orienta a palavra que faço em mim para a arte.

As águas desse meu mar em todos os santos. Axé e Amém.

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