domingo, 21 de julho de 2013

O símbolo e o dia


"Pouco antes do Ocidente se assombrar"


Eu falo de um tempo em que o amor era inocência, era ausência, presença, e a maior volúpia, além de apertar a mão, era ficar abraçado deitado no chão.

De um tempo de dor dourando poesia, risos em tardinhas do desencontrado desejo sob o sol da Cidade da Bahia, imagens marítimas, alma aflitiva, alegria por encontrar o olhar. A mão a espalhar livros pela casa.

Conversas sobre cinema. Sonhos do que não se sabia. Música para intensivos aprendizados, uma aberração tornada simetria pelo amor que ali dançava.

Tudo era dia 21 e uma Nova Cultura nascia... Outra ontologia para expressar a vida que se redesenhava: quase corpo num todo platônico. Até o vinho era órbita e obra de ficção. Não tinha razão, essa ideia foi reinventada pela emoção de querer encontrar.

O carinho na permissão. Quase quase quase. Tudo tão pouco e inconcluso vazando para a eternidade. A pintura de Monet, Lorca na fala e no coração.

Foram as ruas de Lisboa emolduradas pelas águas do mar da Bahia e pelas águas de nossas lágrimas no agridoce espelho dos olhos entreolhando-se.


Foi mas ainda será: enquanto as letras criativas em nossos dias instalarem literaturas e poesia, será! Se ainda, apesar desse inverno, o céu o mar a memória continuarem no azul que nos descreveu. Azul desta história eternidade.

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