segunda-feira, 4 de julho de 2011

A ternura delirante

"Abandona-se toda, ansiosa pelo mar"

Hoje eu senti o assovio da ternura delirante, me chegando de um lugar desconhecido e me ofertando horizontes que me fizeram dar carinho a mim. Era imagem, som, voz, palavra escrita - feições de uma delicadeza tal igual a das rosas,  e num meio sorriso, segurei a vida nas mãos.

Em pausa. O tempo gera descaminhos. A alma se inspira com o que não há. Ou não está. Meu símbolo de saudade perfila versos desenhados no céu cibernético. Não têm pistas mas têm sentido. Viajo para lá sem saber encontrar. Ali, faço carinho em mim, repenso a esperança e, feito criança, danço uma rara ciranda de palavras. Ali, águas pássaros gentes mães espelhos terras cercas mulheres, tudo me acende comoção; vivo-me dentro de noites e dias mergulhado naquela linguagem.

Em pausa, eu sonho. E vibro. E leio imaginando um beijo, um toque, uma lágrima, a risada, a chegada, um abraço, o assovio daquela linguagem dona da delicadeza que mais se aconchega em mim. E por vezes, que pena!, só me é pela arte navegando universos virtuais.

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