Dentro da noite a vida canta
E esgarça névoas ao luar...
Fosco minguante o vale encanta.
Morreu pecando alguma santa...
A água não para de chorar.
Há um amavio esparso no ar...
Donde virá ternura tanta?...
Paira um sossego singular
Dentro da noite...
Sinto no meu violão vibrar
A alma penada de uma infanta
Que definhou do mal de amar...
Ouve... Dir-se-ia uma garganta
Súplice, triste, a soluçar
Dentro da noite...
Manuel Bandeira
Nenhum comentário:
Postar um comentário