Da incondicionalidade do amor. Da entrega para e por alguém sem se saber e nem se buscar motivos para tanto. O ato de fazer bem e o prazer de amar tão somente amar. O garoto da bicicleta, produção belga, dos irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne conta a história de Cyrill, interpretado lindamente por Thomas Doret, que foi abandonado pelo pai e aí surge em sua vida Samantha, nada menos e nem mais que Cécile de France, para recolocá-lo na atmosfera do afeto desejado e necessário para se ter sentido na vida. Ainda mais para uma criança, um adolescente.
O filme traz cenas que nos violentam, angustiam, desesperam, mas é uma ode à delicadeza, uma composição de uma busca tenaz de um humano por abrigo amoroso, por afetividade. O garoto da tenacidade e da coragem desenfreada de estar na vida à luz do amor. Algo que nos toca universalmente. O garoto que apanha e bate depois do abandono; cai e levanta, comete enganos e criminalidades, mas segue, para além das adversidades, ao centro da amorosidade que a vida, em compensação, lhe instituíra com a presença de Samantha.
Saí todo em delicadeza e feliz por saber que a história poderia ter sido recorrente tragédia, mas não foi. Cécile de France, que eu adoro, e o magnetismo da interpretação verdade de Thomas Doret e a mensagem revelada de que sobre amor o melhor é simplesmente amar. Fazer o bem é melhor que fazer o mal.
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