sábado, 12 de novembro de 2011

A paixão reinventou-se em mim

" Em minhas  muitas vidas hei de te perseguir.
Em sucessivas mortes hei de chamar este teu ser sem nome
Ainda que por fadiga ou plenitude, destruas o poeta
Destruindo o homem."
Hilda Hislt


Meu tempo é sem entendimento e o que me navega me oprime à espera do que não vai chegar. Tenho a clareza na mente das filosofias errantes, dos oráculos secretos, dos olhos lacrimejantes. Mas ardo nessa história e, assim, sinto a vida dançando para mim  como efeito poético. Olhando na cadeira vazia os traços do poeta adormecido no mais longe. O poeta sempre está, a falta é do homem no nome que não sei onde encontrar.

Meu tempo é oferecimento, entrega do melhor em mim. Pinto de palavras os olhos que idealizei, todas as noites, enquanto janto, contemplo-os aplacando minha  volúpia. Tenho fendas para uma psicologia do amor, mas sou só corpo em chama e palavra que clama o nome da minha invenção.

Supero a dor pela lente das filosofias errantes: sou o que nunca foram e pouso minha alma no dorso escondido do poeta. Espera. Alcanço o mundo com um livro nas mãos e canto canto canto dissonâncias entre o sol e a chuva de uma cidade. Minha imagem confunde-se eterna e as estrelas me perguntam, quando de noitinha, como se pode amar assim?

De amante para estrela: a paixão reinventou-se em mim.

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