P/ Gibran Sousa
Do jeito que se recebe poesia. Alegoria do apreço na forma do abraço e a voz, quando tão dita, a voz precisa nos fazendo imaginar. Entremeio de azul no branco, perfume cítrico, menino instante, carinho estratégico, olhar desértico, mãos sem toque, distantes; a fala como penumbra, íntima, fugaz, aquecida, simples, voraz. Linguagem semi-masculina. O homem dita madrigais que renascem outonos: chuva e frio, a perda! O riso.
Lembra a dança dos sonhos virando literatura escrita com a voz. Lá atrás: a música rememorando, ora felicidade ora tristeza ora vontade de. Paisagens mil no palco vindas da leveza sensual. Brilho nos olhos numa verdade inventada. Récita primorosa subtraindo-se em carnaval. Semi-feminina no esmero pontual de um dizer abelha-rainha. Ouve-se e vê o moço dos ombros. Balançam para fornecer mais sentido ao dito feito poesia.
Queda mão, agita o peito, faz da vida harmonia. No palco. Entrega-se no quase abraço que ainda não sabe querer. E abre a voz entre noites e manhãs: no palco. Se diz no pós-português: será branca ou azul a camisa, ou não há camisa no que se ouviu daquela voz?
No palco. Lugar de tensão. No caso de algumas récitas, tensão do apreço.
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