sábado, 2 de junho de 2012

Por aí



"Nunca a alheia vontade, inda que grata,
Cumpras por própria. Manda no que fazes,
Nem de ti mesmo servo.
Ninguém te dá quem és. Nada te mude.
Teu íntimo destino involuntário
Cumpre alto. Sê teu filho."
Fernando Pessoa

  
Que não me resulte a dor
De trilhar caminhos da farsa,
Me quero em mim mesmo.
Tocando em apreensão ou silêncio
Meus modos de querer e amar.

Que não me deixem vacilar
As ordens dos que me sabem
Nem menos, dos que não;
Quero-me a contrição do olhar
E cavalgar a seresta de uma voz em riste.

Estou para fora de mim
Em absoluto acordo por dentro.
 

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