Marlon Marcos
Ali, na sutileza, onde existe o mais forte desenho de nós. Não está fora. É de dentro que a imagem fala. Os olhos alcançam de outro céu que é meu também: me vejo me sinto me planejo. Eu preciso sair. O sol que se venta em frio nas perguntas que me impelem. Quase não há tempo e o medo pulsa. Não cabe mais a fixação pelo proibido e a razão castra aqui. Saint- Germain, Montmatre, Café De Flore; meu sorriso amarelo ente tantas dificuldades e a vontade de segurar aquele lugar na minha intensidade. Eu - dentro dos livros e dos filmes, ouvindo Luiz Melodia. Acionando o impossível que também pode ser para mim e sem hipocrisia.
Rabisco o filme Weekend na simetria da boca de uma mulher. E beijo. Para saber o que é o beijo. Sinto na cara o ar de Paris e caminho descalço pela Europa para gritar pelos pés: nunca serei daqui. Vejo por cima do muro e me anulo para encontrar aquele lugar. Tenho a reta de outras cidades como Londres, Abeokutá, Nova Iorque, e nem quero pensar Salvador; tenho outras cidades na luz daquela que me traga como se fosse minha e nada sei em francês. Sinto.
Sigo olhando para o céu e sem óculos. Rezo a Deus perto do coração da Grande Mãe. Sem vinho e sem pão. Só rezo. O Sena me acena muitas emoções em Beauvoir. Clichê que não largo. Terceiro sexo. O que se deixa vê: Merleau-Ponty. Habitam cidades dentro de mim e me sou a mulher que namora todas elas. Eu creio e estou lá. O pescoço vermelho louvando Iansã. Outra Mina. Luz que permite caminhar e a chegada como chuva transportando o mar. La mer. Gotas sobre mim. A saga que formula a decadência: não creio. Sem receio. Pouso ali. Imagino. Sofro Insisto. Dali.
Um café sobre a mesa, gente quase minha passando, eu sonhando entre escritos de Pessoa Rimbaud Lispector Mallarmé Hilst Caio F. Sartre Baudelaire Craveirinha Batatinha... Eu sem saber, cheirando a fumaça do cigarro alheio, vítima do alumbramento, redesenhando-me numa cidade que eu quero também para mim.
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