
Eis esse desapego dos entendimentos, a máxima dos sentimentos, música dilacerante da existência que fez da vida ARTE.
Palavra que dói, que sangra, mas que salva. Salva da solidão e do tédio. Nos impele a enfrentar nossos inconfessáveis segredos e amplia nossa imaginação melhorando as personagens que escolhemos ser cotidianamente.
Palavra que arde e abre profundas possibilidades... Às vezes irreversíveis.
P.S.: Hoje é uma noite escura, ouço Cida Moreira cantando Chico Buarque, trabalho em um release sobre Rilke, estou em um museu lindo, a cidade ainda é Salvador, o tempo é quente, coisas do verão, minha memória é de Caio Fernando Abreu e Clarice: contos da minha assombração amorosa. Acho que estou vivo... Sinto falta de ar. Estou vivo nesse tédio sem Clarice e olho dentro dos seus olhos na esperança do azul/castanho que me alimenta; pego Felicidade Clandestina e vago no meu desejo de ser escritor e talvez, amado. Hoje é quente e escuro e Salvador e tédio sem brisa sem mar e eu em outra existência. Meu peso é o peso de Clarice. Perdão a todos.
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