segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A voz da intuição


Antes existia somente esperança. E era um movimento único de acreditar por acreditar. Aquela presença da fé; mas tudo muito árido. Tudo transcorria num misto de querer e achar que ia acontecer e se via e se escrevia e se rezava obtusamente, disciplinarmente para algo que não podia e nem no coração funcionava. Ou seja, o coração não garantia e nem referendava aquela quimera revestida de paixão...O tempo passava sem gerar transformação e o amor adoecia. Mas ainda pulsava a tal esperança.
Esperança e expectativa. Nada do envolvimento da sensação. Do saber de difícil decodificação o qual chamamos intuição. Faltava isso : intuição para desvendar a armadilha. Uma história esperançosa e cheia de fantasia - coisas que se muito quer aqui - e ia desaguar na nulidade da vida. Nada se erguia. Nada se projetava. Nada acontecia.
Esperança para alimentar um amor atemporal; amor de perdição. Fagulhas da canção Maurício na voz saudosa de Renato Russo - "voltar a ser feliz"... Amor em esperança mas sem tradução.
Faltava. E o fio da ligação era inquebrável, indestrutível quanto a idéia que se tem de DEUS. O mundo se perguntava sobre as almas que andavam em distração mas não aconteciam. Amor de silêncio numa falta de intuição. Nada da voz benéfica de dentro que nos salva, que nos agride, que nos intimida, que nos amedronta mas , mais que tudo: nos liberta.
Voz de vôo... Imagem de liberdade ...Uma águia voando...Transformação...Força do que tem que acontecer...Amanhecer juntinho...Anoitecer corpóreo... Récitas do silêncio...Olho no olho. O querer querendo...E , tendo. Você.
Esperança na minha falta de intuição.

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