sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Gota de sangue

Maria
Ro Ro

Não tire da minha mão esse copo
Não pense em mim quando eu calo de dor
Olha meus olhos repletos de ânsia e de amor
Não se perturbe nem fique à vontade
Tira do corpo essa roupa e maldade
Venha de manso ouvir o que eu tenho a contar
Não é muito nem pouco eu diria
Não é pra rir mas nem sério seria
É só uma gota de sangue em forma verbal
Deixa eu sentir muito além do ciúme
Deixa eu beber teu perfume
Embriagar a razão, porque não volto atrás?
Quero você mais e mais que um dia
Não tire da minha boca esse beijo
Nunca confunda carinho e desejo
Beba comigo a gota de sangue final
Angela Ro Ro
P.S.: tiro o copo da minha mão e invalido esta fala notívaga, sangrando deveras, mas pronto a estancar tudo que me fez me apartar de mim. Estanco e abandono desde poesia até o silêncio estrondoso. Meu tempo é outro numa única continuação: estas mulheres falando por mim.

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