A memória inconsolável. O vir a ser que não chegou. Pode. Mas
não veio. Partilha das retas para
melhorar o caminho. Falta de conversa, de sonho, de carinho. Olho na parede. A
canção sangrando na ausência de embriaguez. Sensação de frio numa típica noite de
muito calor. Verdades tropicais. Silêncio artificial. Paisagem desértica com o
mar à frente.
A memória insondável. Todos os instantes no passado, no
futuro, no presente, sem salvação. Batidas da alma em descontrole: o pensamento
em desacerto traçando loucuras. Um homem no firmamento. A dor que não se diz. O
calar para deixar fluir a mentira. O rosto perdido no espelho. Esse cara do
poder maior: o tempo.
A memória esfacelada. Ele disse: não quero nada. Olhar
oblíquo do cansado coração. Dilacerar. Saber não para fazer sim. Filosofia espartana:
a guerra como ciência da masculinidade. Entressafra da continuidade. O padrão
repetido para imprimir inspiração. Tristeza exagerada. Lugares inóspitos
resguardando tesouros; o ouro beijo na forma do sonho, pairado no ar do
ressentimento. O enorme cansaço. Quase asco. A vida que não cessa de esperar.
Outro signo numa quase morte.
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