quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Antropologia



Para Cláudio Pereira
Antropologia me é descoberta. O meu estar contemplando o outro. A vontade do novo nessa sutil sensação da imersão no susto de nos existir. E eu me aprendi assim: meio arriscado a teorias que não domino, meio íntegro às investigações no campo que aciono.
A antropologia é a epifania do outro que sou eu. Meu meio poesia. Meio sexualidade dual maior que meu corpo masculino. A antropologia é meu sal científico. Uma vontade louca de escrever. Sonhos-mímeses do que me penso ser e procuro em outrem.
A antropologia é um tipo de não-razão: os antropólogos todos que conheço são lotados de preconceito. Mas seus escritos, não.
A antropologia é meu desejo de ser cientista. É minha poesia possível de ser lida. É meu corpo entregue ao que busco não sei em quê.
É minha canção embalando minha vontade de ser poeta, de ser escritor, e nesse ardor de tanto querer, me ser antropólogo - como um mestre me demonstrou.

Um comentário:

Sueli Borges disse...

meu querido marlon, adorei! referendo suas palavras. mas, saiba, ele é meu mestre também! temos sorte de encontrar claudio e de tê-lo conosco. bjs