domingo, 22 de novembro de 2009

Maria Bethânia: voz da possibilidade

Maria

Hoje e manhã, ela canta na Cidade da Bahia, Sala Principal do TCA, às 20h. Trazendo Amor, Festa e Devoção. O show amplamamente elogiado e inteiramente dedicado à sua mãe, a também mítica D. Canô. Vê-la, de qualquer forma, é uma satisfação, mas no palco é pura epifania, revelação aurática, mágica singrando nosso corpo que diante dela aprende. Essa mulher dona da récita mais poderosa deste país, luminosidade musical propondo mais calma e crescimento criativo, sustentável e amoroso ao Brasil. Diva sertaneja, sereia grave dos nossos mares; viva, é a verdadeira universalidade brasileira, porque exatamente nossa. 63 anos vivendo, quase 45 cantando e nos amolecendo diante da sua força inspiração. Não se cansando da obra prima Mar de Sophia, com um pouco mais de três anos nos entrega Tua, sem diagnósticos vernaculares, explicável, em sua grandeza, só através das sensações de dor e amor que se ouve quando o frequentamos. Tem outro, Encanteria, prazer e coragem de seguir em nome da Fé. Bethânia refresca as memórias amorosas, dá vontade de se apaixonar e quando a vida dói muito, sua obra serve como antidepressivo; como Oyá-Iansã, ela é terra, vento forte, fogo, animal bravio, mas também é brisa e água doce.

Hoje e amanhã, na minha audição e visão, ela será o vento agitando a morada agridoce de minha mãe Iemanjá: o mar da Bahia.

Um comentário:

Cara ou coroa? disse...

A voz única e marcante de Maria Bethânia é um calmante para a alma, quiçá uma aproximação de Deus.

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