quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sobre ocasos


Não que se desejasse tocar em assuntos sinistros, alentar tristezas, perfurar memórias, desenhar horas impróprias, aludir desproteção, não. O desejo é marcar no espelho a beleza buscada no fundo da alma e respirar. Por sobre o tosco momento político neste País e as gentes que comandam tribunas comunicacionais, aniquilam a arte, são covardes e maltratam nossa razão e pensam nos secar da emoção que nos dá vida. Respirar tirando oxigênio do fundo do mar, acertar projetos edificantes, educar o corpo contra a violência da forasteira caça-níquel, do interlocutor louco vadio, do chefe amendrontado, dos colegas apodrecidos, da dama infame cópia de Beauvoir, do capacho auxiliar, do moribundo perverso, do especulador ativista; enfim, essa gente maldita que emporcalha este tempo no estado da Bahia.
Uma paisagem belíssima para escapar do ocaso de mim, que me vivo a mergulhar em água e poesia e a chorar de dor e alegria pedindo piedade para a escória circundante que manda por fome de dinheiro e poderes secundários. Não, seus ratos! Entrego-lhes um cercadinho de uma praia linda sem sol e águas gélidas parar combinar com o calabouço de vocês, o fundo oco de vocês no lugar onde vocês deveriam ter uma alma.
Muito dinheiro e tarjas pretas, muita insônia e frustração, gente do sonho alucínogeno meio cerveja coca maconha sem-vergonha ou da falsa cristandade - derrubando humanos pelo torpor calvinista do acréscimo monetário.
Podre polida do imaginário raquítico que desvanece o sábio pronunciando em francês. Seu ocaso é a feiúra do seu verdadeiro nome que todos saberão daqui pra frente: Ladrões!

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