terça-feira, 27 de março de 2012

Homem, Menino, Deus


Ele sabia experimentar a vida negando os inevitáveis dissabores. Tinha coragem e aceitava desafios e rancores. Altivo como árvore frondosa, doce como água e chocolate, destemido como águia, astuto como tigre. Seu caminho rastreava novidades e seu corpo inferia os mistérios da sedução. Tudo lhe era paciência, quando não: resolução. Seus olhos espelhavam o azul do horizonte e abraçavam a alma de quem o enxergava.
Tão perto tão longe, ele era o que estava. E estando, ele era sendo o nome da afirmação. Sim – sem restrições. Longo e saboroso. Nome que se diz ao silêncio. Existência que se copia. Uma narrativa mítica em tempo presente. Corpo vivente a projetar imaginações daqueles que o queriam. Homem vivo requerente da própria imagem. De tão belo, era sonho inspirando palavras desenhos canções.
Da realidade carnal mais bruta: ele se tornara ficção. E vivia impregnado na alma dos mais desejosos. Beleza de expressão do eterno. Exemplo desértico em toda sua composição. Luz e mistério. Escuridão para ampliar os sentidos. Sorriso para fazer amanheceres. Lágrimas para enternecer. Carinho em qualquer lugar. Reinvenção do masculino. Menino de asas representando Deus. Toque de mágica: o tipo sublime que qualquer memória nunca esquece.

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