quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Nascer do sol


Despertei com o sol sobre minha cabeça. Aguçando meus desejos e aquecendo minhas memórias. Trazendo-me para mim, de manhã, com o gosto sentido e necessário da esperança. Da janela da minha casa o mar como espelho e eu falando com ele na licença mágica que minha Mãe me dá. O mar me segredando as coisas que muito sei. Fazendo-me chorar poesia para meu dia ser mais leve e mais devagar - como o jeito de sonho que temos da pessoa que amamos mas ela não está.
Amanheci. Mais um dia de sol na Cidade da Bahia. Final de janeiro e até janeiro não é mais o que era aqui. Amanheci com Casimiro de Abreu, Hilda Hilst, Fernado Pessoa e... Clarice Lispector.
Vento soprando a brisa do leste brasileiro. Tantos começos e vastas disolvições. Perdas irreparáveis e o Tempo passando cruelmente - como tem que ser para a vida rápida e humana neste planeta.
Amanheci com este dia.
Poesias espalhadas pela cama.
A voz de Jussara suspirando no lugar da outra.
Minhas vestes azuis queriam ser brancas.
E o sol sentenciando esperança.
Sem a qual não posso viver.
"É de manhã
Vou buscar minha fulô".

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