quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Senhora da Cena

Maria Bethânia
Não há nada mais tradutor da mítica desta artista do que a imagem acima. O que ela traz aos olhos da gente narra o mistério da fé que a compõe como humana e o teor estético que a movimenta em prol da sua criação. O dedo indicador, da mão direita, aponta para os desígnios atmosféricos e a mão esquerda conduz ao voo, quando, os pés flanam ratificando a imagem aérea que ela nos quer mostrar. Sua música, sua dança leve, sua beleza insólita, sua voz água terra e fogo, suas vestes e adereços nos revelam, ainda que com algum segredo, as narrativas de um orixá iorubano - que domina a vida da cantora que é entre nós, uma das mais importantes vozes em atividade artística no planeta Terra na atualidade.
A cena daquele canto é o mistério dos mitos que dão sentido à vida. Uma voz colorida de paixão, vemelho multicor, que amadurece tornando-se, simples e verdadeiramente, sublime. Esta última palavra é a senha de acesso para uma compreensão maior do trabalho da diva que nasceu no âmago do que se conhece como Bahia. E ela , a artista, se propaga e nos induz a possíveis traduções.

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